Bruno Parreira | “A nossa vida é toda ela feita de acasos. Mas é o que em nós há de necessário que lhes há-de dar um sentido”

A nossa vida é toda ela feita de acasos. Mas é o que em nós há de necessário que lhes há-de dar um sentido.” | Vergílio Ferreira

“Sr. 1º Ministro conte com a colaboração do PSD, tudo o que nós pudermos ajudaremos, desejo-lhe coragem, nervos de aço e muita sorte, porque a sua sorte é a nossa sorte” – Rui Rio, Presidente do PSD no debate acerca do estado de emergência em Portugal.

Citamos Cunhal, Freitas do Amaral, Soares e Sá Carneiro como construtores de um sistema democrático e exemplos de líderes que souberam estar à altura do seu tempo.

Este é o tempo.

Um vírus absolutamente medonho veio abalar as fundações de um sistema que julgávamos imbatível e inquestionável.

Hoje, nos dias mais sombrios que vivemos, vamos compreender aquilo que nos une enquanto nação, mas, acima de tudo, a capacidade e importância de sermos pessoas e gente de bem.

Porque a batalha é pela vida dos nossos filhos, dos nossos pais, dos nossos amigos, do nosso povo.

Está, por isso, na altura das lideranças se afirmarem.

A este tempo novo é preciso responder com firmeza, coragem e sobretudo sentido de estado.

Vamos ter de olhar para o outro e apelar ao melhor que cada um de nós herdou ao longo de gerações de uma nação valente e imortal.

Porque a História que está já a ser escrita, lembrará de forma clara todos aqueles que neste novo tempo souberam liderar e estar acima da mesquinhez e do aproveitamento rasteiro.

O tempo é mesmo novo, onde cada um de nós vai ser colocado à prova. Onde o tempo é precioso, porque não há nada mais importante que a vida. Não é tempo de egoísmos, não é tempo de oportunismos, não é tempo de agir com normalidade. Este é o tempo de adotar medidas e comportamentos que defendam a nossa sobrevivência.

Não é por isso intelectualmente honesto perguntar a razão pela qual as novas medidas não foram aplicadas ao longo dos últimos anos. É até perigoso e irresponsável quem assim procede, porque relativiza aquilo que estamos a viver.

Estamos a lutar pela nossa sobrevivência e a mensagem tem de ser clara.

As nossas lideranças têm de aplicar todas as medidas, possíveis e responsáveis, de apoio aos nossos cidadãos em circunstâncias absolutamente excecionais.

Temos, com resiliência e de forma constante, de apelar a comportamentos responsáveis e de controlo de fatores de risco de contágio.

Está a andar bem o governo e estão a andar bem as autarquias locais espalhadas pelo país que não é homogéneo, com as suas particularidades, assimetrias regionais e diferentes realidades.

Anda por isso bem a Câmara Municipal do Porto ao ceder ventiladores ao Hospital de São João. Anda por isso bem o presidente da Câmara Municipal de Sintra quando colocou o segundo maior município de Portugal focado e centrado apenas num único objetivo: Lutar pela nossa sobrevivência e preparar o futuro que nos espera.

Claro que o vereador Marco Almeida veio questionar a oportunidade de tudo. Questionar porque é que o presidente da Câmara do Porto se lembrou só agora de oferecer os ventiladores.

Cá estaremos em defesa do presidente da Câmara do Porto para dizer que só agora temos um vírus que faz acorrer em massa ao SNS pessoas com necessidade de ventilação.

Os tempos são realmente novos, porque nos convocam à memória de lideranças que em tempos difíceis souberam separar o interesse conjuntural daquilo que realmente vai contar.

São tempos de uma nação que afirma a sua alma, onde cada português será um soldado numa guerra onde vamos vencer pela responsabilidade individual.

Depois virá o tempo de olhar para trás e questionar o que cada um fez em determinado momento.

Virá o tempo de avaliar o legado de Arnaut e a importância do nosso Serviço Nacional de Saúde.

Virá o tempo de avaliar a importância de um município que se bate todos os dias pela construção de um novo hospital e que inaugurou já 4 novos centros de saúde.

Virá o tempo da Política partidária.

Virá o tempo de escolhas e opções.

Virá o tempo em que também nós julgaremos aqueles que irresponsavelmente abusam deste novo tempo para de forma mesquinha, rasteira e pouco digna trabalharem tendo com vista única e exclusivamente o seu projeto pessoal de poder.

Porque é de pessoas que tratamos agora.

Mas de todas. E não só de uma.

Bruno Parreira, presidente da Junta de Freguesia de Rio de Mouro