António Luís Lopes: “Lutarei até ao último dos meus dias”

Opinião

António Luís Lopes
António Luís Lopes

“É muito difícil traduzir em palavras aquilo que alguns de nós viveram no dia 25 de Abril de 1974.

Jovem adolescente, recordo a imensa alegria dos meus pais e avós quando se confirmou a queda do Regime, a multidão nas ruas, o choro de minha mãe dizendo-me baixinho “já não vais à guerra…”, as imagens de presos políticos a serem libertados, o sorriso aberto de jovens militares que correram todos os riscos em nome de algo superior a todos nós – a Liberdade.

Para aqueles que hoje em dia a dão por adquirida – não se iludam. Não se acomodem. O Estado Novo como o conhecemos durante 48 anos jamais regressará – mas os ideais de extrema Direita neo-fascista não morreram e possuem hoje em dia meios muito mais poderosos para iludir, convencer os incautos e manipular a natural insatisfação de alguns grupos sociais. Há até quem já queira diminuir o significado do 25 de Abril apontando mais adiante para Novembro ou sublinhando negativamente as naturais dificuldade de percurso – é a derradeira tentativa de quem nunca suportou uma Revolução que trouxe igualdade, direitos, utopia.

Cuidado, pois, com quem “chega” agora e, usufruindo da Liberdade e da Democracia, nada mais pretende do que insuflar ódios, manipular consciências, dividir para reinar e, em último grau, colocar em causa o próprio sistema democrático.

E o sistema democrático deve cuidar de uma necessária regeneração que não permita que alguns se sirvam dele em vez de o SERVIREM e de criar condições para uma participação cívica mais alargada por parte de todos os cidadãos.

Uma coisa é certa e lutarei por isso até ao último dos meus dias: 25 de Abril, SEMPRE! Fascismo, NUNCA MAIS!”

António Luís Lopes