Ecoterapia, CUF

O Hospital CUF Sintra disponibiliza, pela primeira vez em Portugal, o tratamento de varizes tronculares por ecoterapia – um aparelho médico robótico que devido à sua componente inovadora de ultrassons, é mais preciso e seguro. Sem incisões e sem cicatrizes, este tratamento, não invasivo, pode ser feito em qualquer altura do ano e permite que, após a sua realização, as pessoas retomem de imediato as atividades do seu dia-a-dia.

A ecoterapia da Sonovein utiliza ondas de ultrassom, que transmitem energia térmica, por um disparo de grande precisão – um foco menor que um grão de arroz. A precisão desta técnica é para Orlanda Castelbranco, Coordenadora de Angiologia e Cirurgia Vascular do Hospital CUF Sintra, a principal vantagem deste tratamento: “as ondas de ultrassom ultrapassam a pele sem causar dano aos tecidos envolventes e, simultaneamente, atingem a parede posterior da veia o que permite a maior precisão do tratamento”.

Ao contrário da abordagem cirúrgica  tradicional, este tratamento não é invasivo. “Não são necessários cortes, inserção de cateteres ou químicos e, por isso, não existem cicatrizes ou risco de infeção” esclarece a médica da CUF, acrescentando que “a ecoterapia não requer anestesia geral,  utilização de bloco operatório ou internamento”. 

Para realizar este tratamento, o especialista está numa consola, junto ao doente, onde define o segmento da veia que vai ser alvo do disparo das ondas de ultrassom. De seguida, posiciona o braço do robô em cima da veia- idêntico a um aparelho de ecografia.

“É através do braço robótico que são enviadas as ondas, que se vão concentrar na veia sob a forma de energia térmica, originando a retracção e selagem da mesma. O resultado é visível no ecrã, permitindo a avaliação imediata dos resultados. Após um segmento tratado, mobilizamos o braço do robô para realizar o tratamento aos próximos segmentos da veia a tratar”, explica Orlanda Castelbranco. 

Entre as vantagens do tratamento de varizes tronculares por ecoterapia está a possibilidade de ser realizado em qualquer altura do ano não é preciso esperar pelo inverno. “Quando sugerimos um procedimento cirúrgico para remover varizes, tendemos a recomendar o outono ou inverno, como as melhores épocas para realizar a cirurgia, pois assim o doente consegue evitar, com maior facilidade, o sol após o procedimento, prevenindo o surgimento de manchas e ajudando o processo de cicatrização das incisões. Além disso, no inverno é mais confortável utilizar as meias de compressão elástica, fundamentais para acelerar a recuperação de uma cirurgia convencional. Tudo isto, são preocupações desnecessárias quando propomos a ecoterapia para o tratamento das varizes, pois não existe qualquer limitação relacionada com a estação do ano em que o tratamento é feito”, compara a médica.

Outras das vantagens prende-se com o facto de não ser necessário interromper fármacos anticoagulantes, ao contrário do que tende a acontecer no tratamento cirúrgico das veias, e, também, a possibilidade das pessoas retornarem de imediato às atividades do seu dia-a-dia.

É um tratamento, particularmente, apropriado, não só para quem procura por uma solução com recuperação imediata, sem pensos subsequentes e mais estética – sem cicatrizes -, mas também para pessoas com contraindicação cirúrgica ou cujo risco cirúrgico seja considerado elevado. 

Esta tecnologia robótica já é utilizada em países como Espanha, França, Reino Unido, Itália e Áustria – agora, a equipa de Angiologia e Cirurgia Vascular do Hospital CUF Sintra introduz, pela primeira vez, esta opção terapêutica para tratar as  varizes tronculares. Orlanda Castelbranco refere que esta tecnologia “permite disponibilizar aos doentes portugueses o que de mais inovador existe a nível mundial, representando um progresso no tratamento de varizes, no nosso país”.

Estima-se que as varizes afetem mais de 50% das pessoas do sexo feminino, na faixa etária dos 70 anos. “Podem ter impacto na imagem corporal e na autoestima. Contudo, o seu efeito não é apenas estético, já que também podem provocar dor, calor, inchaço e desconforto, afetando a qualidade de vida dos doentes. Estes sintomas requerem avaliação médica, pois, segundo a médica da CUF: “são sinais de alerta para esta patologia, que, quando não tratada, pode ainda dar origem a complicações como tromboses, hemorragias ou úlceras venosas”.