“Amarra o 25 de abril ao futuro é condição para cumprir ao longo do tempo os grandes princípios consagrados na constituição na republica de 1976″, disse esta manhã, Basílio Horta, durante a sua intervenção nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, que teve lugar nos Paços do Concelho de Sintra.
“Nos 50 anos da Revolução de Abril é tempo de dizer que o 25 de Abril foi liberdade e descolonização”, disse o presidente da Câmara de Sintra no início do seu discurso, considerando que o 25 de abril de 1974, “foi uma revolução generosa pois permitiu ao mesmo tempo a libertação de vários povos e não só o povo português. Pena que a descolonização tenha tardado tanto”, enaltecendo o papel dos homens e mulheres que “nos diversos teatros de guerra fê-lo em nome de Portugal e não ao serviço de uma ideologia ao tempo dominante, “homens e mulheres que merecem o nosso respeito e a nossa gratidão, nos 50 anos de abril”.
“Com o 25 de abril quase tudo, ou muito, mudou para melhor” vincou Basílio Horta, apontando a saúde, educação, direitos sociais, na igualdade de oportunidade ou na política externa. “O 25 de abril a par dos descobrimentos a da adesão de Portugal à europa e ao euro, foi sem dúvida um dos acontecimentos históricos que mais contribuíram para mudanças estruturais na nossa sociedade”, avanços, progressos e sucessos que o exercício da liberdade conquistada, originou.
“Mas também, houve e ainda há, erros e fracassos que nos têm impedido de acabar com a pobreza, com a exclusão social e com o aumento das desigualdades” alertou, adiantando que os “erros e fracassos não são da responsabilidade de abril, mas da nossa incapacidade de construir uma sociedade mais justa e igualitária, com espaço para o diálogo construtivo, entre ideias e propostas diferentes ou memos opostas”, considerando que a dialética entre quem governa e quem se opõe, “reforça a democracia e o encontro das melhores soluções”.
Um palavra também ao poder local democrático, “a conquista maior da revolução de abril, respeitado na sua autonomia e com condições, apto a responder com eficácia às necessidades sentidas pelas comunidades que representa”, um exemplo que significa, nas suas palavras, “amarrar abril ao futuro ou o futuro ao 25 de abril”, fonte de um desenvolvimento mais inclusivo alicerce de uma sociedade mais justa e solidária.
Contudo, alertou Basílio Horta, “preservar a liberdade exige uma atenção politica permanente porque quando ela se perde pode ser tarde demais para a recuperar”, considerando que é tempo de reconhecer que vezes demais aceitamos as ideologias como sucedâneo da verdade.
“A ligação do 25 de abril às escolas é um imperativo para levar até ao jovens, que sempre viveram em liberdade a necessidade de a sentirem como um tecido intimo da sua vida” considerando que “a liberdade é traiçoeira porque vai ficando invisível ao longo do tempo. Nesta época e nas projeções futuras há sinais evidentes em Portugal e em vários países, que é indispensável a união dos democratas, para fazer frente ao novos comportamentos que desafiam o conceito de democracia em que nos habituamos a viver”, alertou.
Por agora, quando se assinalam os 50 anos da revolução de 25 de abril de 1974, o presidente da Câmara de Sintra, considera que é tempo para “festejar abril com alegria, esperança e gratidão”, com a certeza que “não voltaremos atrás, tem que ser o desígnio que nos unem em todas as comunidades onde nos integramos”.
O autarca considerou que, o destino dos portugueses, depende da concretização de um 25 de abril “para sempre e também para todos”. Uma palavra final para os militares de abril, “que arriscaram as suas carreiras e vidas para nos libertarem: são os nossos heróis”.