Sala de visitas, no Palácio Nacional da Pena | Imagem: DR José Marques Silva

A equipa do Palácio da Pena reconstruiu a decoração original da sala de visitas e recuperou “o ambiente idealizado” pelo rei Fernando II, no século XIX, depois de sete anos de investigação, anunciou hoje a Parques de Sintra-Monte da Lua (PSML), que gere o monumento nacional.

“A pesquisa revelou que, na divisão mais protocolar do palácio, o monarca fez um forte investimento e optou por uma decoração luxuosa, elegante e sofisticada, que impressionasse quem ali era recebido”, lê-se no comunicado da empresa PSML, hoje divulgado. “Entre pintura mural, mobiliário, bronze, porcelana e veludo, onde sobressaía o ‘ouro sobre azul’, tudo contribuía para o aparato”.

A maioria das peças que decoravam a sala, no século XIX, continuavam no palácio, e regressaram agora ao local onde foram colocadas por Fernando II, marido da ranha Maria II. “Regressam, igualmente, os têxteis em veludo azul,  rigorosamente reconstituídos, com o objetivo de proporcionar aos visitantes atuais uma experiência semelhante à que teriam os visitantes do passado”.

Decoração original da sala de visitas e recuperou “o ambiente idealizado” pelo rei Fernando II, no século XIX

“Ouro sobre azul” para impressionar os sentidos

Com base numa fatura da casa Barbosa e Costa, descobriu-se que o veludo azulino foi o tecido encomendado por D. Fernando II para revestir os estofos, do canapé e das cadeiras, e para a armação do fogão de sala desta divisão.

O tom de veludo azul (azulino) descrito nos documentos estudados está em plena harmonia com os candeeiros e a taça em porcelana azul montados em bronze que se encontravam na Sala de Visitas naquela época.  Estas fontes revelam, também, que o tecido era aplicado nos estofos e armações com pregos dourados.

Assim, foi possível reconstituir fielmente tanto os estofos do canapé e de seis cadeiras, como a armação do fogão de sala, obtendo um sofisticado e elegante efeito de “ouro sobre azul” que impressiona os sentidos.

Recorde-se, o palácio foi mandado edificar por Fernando II, como residência particular da família real.

Da investigação efetuada foi encontrada “uma preciosa imagem estereoscópica captada por Carlos Relvas, que retrata esta divisão no início da década de 1870”.

Fotografia: DR José Marques Silva / PSML