Carla Tavares, presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa disse hoje que o levantamento das ocorrências causadas pela intempérie “está nas mãos dos autarcas” e apelou a que se acelere esse trabalho.
“Agora compete-nos a nós, autarquias, depois destes dois dias mais difíceis (…), fazermos a quantificação, fazermos o levantamento, para, tão rapidamente quanto possível, naturalmente com o apoio do Governo, podermos chegar às soluções e às pessoas que mais delas necessitam”, disse aos jornalistas Carla Tavares, no final de uma reunião com o Governo.
Os levantamentos “estão a ser feitos já, por todos os municípios”, assegurou, notando que compete às câmaras municipais “acelerar o trabalho” para, “tão rapidamente quanto possível, ter as respostas adequadas” a cada um dos municípios afetados.
“Quanto mais depressa conseguirmos trabalhar e dar resposta, mais rapidamente o Governo consegue disponibilizar os apoios. Isso está nas mãos dos autarcas neste momento”, assinalou a também presidente da Câmara Municipal da Amadora.
Carla Tavares considerou a reunião de hoje com a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, e com 11 municípios da Grande Lisboa afetados pelo mau tempo “muito importante” e de partilha de “preocupações”.
Os 11 municípios presentes na reunião foram convocados considerando os dados das ocorrências da Proteção Civil, apesar de ter sido dada a possibilidade de os restantes também comparecerem, se assim o entendessem, explicou a ministra.
Participaram na reunião, que decorreu na sede da Assembleia Municipal de Lisboa, os nove municípios da margem norte do rio Tejo – Amadora, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Odivelas, Oeiras, Sintra e Vila Franca de Xira – e dois da margem sul – Seixal e Almada.
Não participaram sete municípios da margem sul: Alcochete, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Sesimbra e Setúbal.
Questionada sobre os danos concretos, a autarca sublinhou que “ainda hoje de manhã estavam a acontecer situações em municípios”, desde logo naquele que dirige, a Amadora, onde se registaram “derrocadas” em resultado da intempérie de quarta para quinta-feira.
“Só podemos falar de valores quando tivermos o levantamento feito”, disse, adiantando que “não há muitas situações identificadas” de realojamento de pessoas e recordando que existem mecanismos para responder a essas necessidades à disponibilidade dos municípios.
Os 18 municípios que compõem a Área Metropolitana de Lisboa “têm hoje uma rede estruturada de proteção civil municipal”, destacou a autarca, lembrando, simultaneamente que “cada um de nós é agente de proteção civil”.
Recorde-se, desde a noite de quarta-feira, o mau tempo, associado à chuva intensa, provocou várias inundações, o que motivou o corte de estradas, túneis e acessos a estações de transporte, assim como danos em estabelecimentos comerciais, habitações e veículos, causando elevados prejuízos. Há a registar a morte de uma mulher, em Algés, no concelho de Oeiras, distrito de Lisboa, e dezenas de pessoas desalojadas.