Reclusos do Linhó dançam a sua história de vida”

Nove reclusos da prisão do Linhó, em Cascais, vão apresentar domingo um espetáculo de dança resultante da experiência no projeto “Corpo em Cadeia”, através do qual a equipa promotora espera fornecer recursos para uma nova “coreografia de vida”.

Intitulado “A minha história não é igual à tua”, o espetáculo final, com direção artística da coreógrafa Olga Roriz, acontece no grande auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, que apoia a iniciativa através do programa de inclusão social PARTIS.

Sob a orientação de Olga Roriz e da bailarina e coordenadora do projeto, Catarina Câmara, os jovens aquecem o corpo e dançam os vários momentos de uma coreografia e de um trabalho semanal que lhes pode “mudar o pensamento e a vida”.

O projeto “Corpo em Cadeia” está a ser desenvolvido desde 2019 no Estabelecimento Prisional do Linhó, e pelos ensaios já passaram vários reclusos que, entretanto, saíram da prisão, sendo o espetáculo final um dos passos da equipa que o desenvolve, reunindo bailarinos, psicólogos e voluntários.

Este projeto de arte participativa desenvolvido pela Companhia Olga Roriz, pela Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais e pelo Instituto Gestalt de Florença, com o apoio do programa PARTIS – Práticas Artísticas para a Inclusão Social, visa criar condições para o desenvolvimento artístico e humano de pessoas em situação de privação de liberdade.

A ideia principal é “potenciar a experiência transformadora da dança junto de uma comunidade quase invisível aos olhos da sociedade, ajudando a capacitá-la na construção de projetos de vida assentes em escolhas mais preparadas, livres e conscientes”.

A estreia do espetáculo “A minha história não é igual à tua” acontece no domingo, no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, às 16h00. Os bilhetes têm um custo de cinco euros, com a receita de bilheteira a reverter inteiramente para o projeto.

Lusa