Castelo dos Mouros | Foto: PSML / Luís Duarte

A greve de três dias dos trabalhadores da Parques de Sintra-Monte da Lua teve uma adesão inferior a 10%. A empresa assegura que o número de visitantes de todos os espaços que gere foi o mais elevado dos últimos dois anos.

A Parques de Sintra-Monte da Lua referiu, em dados enviados à agência Lusa, que a greve teve uma adesão média de 9% (9% na sexta-feira, 10% no sábado e 8% no domingo) e que, nos três dias de greve, o número de visitantes dos monumentos geridos pela Parques de Sintra foi o mais elevado dos últimos dois anos.

A Parques de Sintra-Monte da Lua (PSML) gere os parques e palácios da Pena e de Monserrate, bem como o Castelo dos Mouros, o Convento dos Capuchos e os palácios nacionais de Sintra e de Queluz.

A greve de três dias convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL) encerrou o Convento dos Capuchos, na sexta-feira, o Palácio de Queluz, no sábado, e ambos no domingo, segundo a Parques de Sintra-Monte da Lua.

A paralisação foi decidida num plenário realizado em 5 de abril e os trabalhadores reivindicam, além da valorização salarial e das carreiras, uma resposta concreta da empresa Parques de Sintra-Monte da Lua (PSML) ao caderno reivindicativo, assim como a retoma imediata da negociação do acordo de empresa.

Questionada pela Lusa, a Parques de Sintra-Monte da Lua explicou que “a pandemia da covid-19 provocou um efeito nefasto no setor do turismo, originando, nos últimos dois anos, uma radical quebra da faturação da Parques de Sintra, que depende inteiramente das receitas provenientes das visitas e dos serviços que oferece, não recebendo contributos do Orçamento do Estado”.

Contudo, a sociedade assegurou que “continua disponível para analisar todas as reivindicações de qualquer entidade sindical” e adiantou que, “perante a expectativa de uma possível retoma, aplicou, no início deste ano, uma revisão das tabelas salariais do atual Acordo de Empresa”.

A Parques de Sintra referiu ainda que celebrou, em 2019, pela primeira vez, um Acordo de Empresa que consagrou carreiras e categorias adequadas às diversas funções existentes e concretizou uma melhoria das condições laborais relativamente ao previsto no código do trabalho, indicando que foi assim possível consolidar um sistema para a progressão de carreiras.

Além disso, desde 2020 que passou a garantir a todos os seus trabalhadores um seguro de saúde pessoal.

“A Parques de Sintra continuará empenhada em garantir uma gestão prudente e rigorosa de recursos, para que possa dar continuidade à importante missão que lhe foi confiada, de gestão e preservação de um património único, e de forma a assegurar os direitos e a valorização dos seus trabalhadores, que são, de resto, uma prioridade para a administração da empresa”, frisou a sociedade.

A PSML foi criada em 2000, na sequência da classificação pela UNESCO da Paisagem Cultural de Sintra como Património da Humanidade, e possui como acionistas o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, a Direção Geral do Tesouro e Finanças, o Turismo de Portugal e a Câmara Municipal de Sintra.