Jorge Sampaio, morreu hoje morreu aos 81 anos, depois de um agravamento do seu estado de saúde, avançou à agência Lusa fonte da família.

Foi Presidente da República aos 56, no auge de uma longa vida de intervenção política.

Jorge Fernando Branco de Sampaio nasceu em Lisboa em 18 de setembro de 1939, filho de Arnaldo Sampaio, médico especialista em Saúde Pública e de Fernanda Bensaude Branco de Sampaio, professora particular de inglês.

Foi casado com Maria José Ritta, com quem teve dois filhos, Vera e André. Cresceu em Sintra, estudou piano e aprendeu inglês por influência da mãe, a quem deve o rigor da educação.

Jorge Sampaio, foi Presidente da República durante dois mandatos, entre 1996 e 2006. Em 1989, foi eleito líder do Partido Socialista e na mesma altura foi eleito presidente da Câmara de Lisboa, tendo sido reeleito em 1993.

Após a passagem pela Presidência da República, foi nomeado em 2006 pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas enviado especial para a Luta contra a Tuberculose e entre 2007 e 2013 foi alto representante da ONU para a Aliança das Civilizações. 

“Sintrense de coração, de alma e de devoção!

  • “Estou triste e profundamente chocado”, foram palavras usadas por Basílio Horta, à morte de Jorge Sampaio, partilhando algumas imagens, em Sintra. “Perdi hoje um Amigo que sempre respeitei e admirei”, pode ler-se na sua página de facebook. “Sintrense de coração, de alma e de devoção!”, sublinha. “É e será sempre seu o grande auditório do nosso Centro Cultural Olga de Cadaval”, refere Basílio Horta, considerando que “Sintra perde um dos seus melhores”. “Não comecei a caminhada em Sintra sem ter a certeza do seu apoio e caminhou sempre ao meu lado”, refere Basílio. “Obrigado querido Amigo”.
  • Ferro Rodrigues, salientou que a morte de Jorge Sampaio representa a perda de “um amigo de longa data” com quem partilhou uma constante luta pela liberdade e democracia em Portugal. O presidente da Assembleia da República destacou Jorge Sampaio como uma personalidade “imbuída de valores humanistas, de uma visão progressista e de um forte dever cívico”.
  • Manuel Alegre lamentou hoje “com mágoa” a morte de Jorge Sampaio e enalteceu a “visão de estadista” de uma figura que considerou fulcral na construção do Portugal democrático.
  • António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas afirmou hoje que Jorge Sampaio foi uma figura “central” da democracia de Abril, um “incomparável homem de Estado” que deixou uma marca “decisiva” na luta pela paz e no diálogo entre civilizações.
  • Durão Barroso recordou Jorge Sampaio como uma “personalidade realmente empenhada nas causas da democracia”, enviando os pêsames à família do antigo Presidente da República.
  • O líder do PSD, Rui Rio, destacou o sentido de Estado do ex-Presidente da República Jorge Sampaio, que hoje morreu, fazendo “um balanço excecionalmente positivo daquilo que foi a vida pública” do antigo chefe de Estado.
  • O PCP expressou hoje as condolências à família e ao PS pela morte do antigo Presidente da República Jorge Sampaio, sustentando que tem de “ser reconhecido” pelo percurso “democrático e de resistência ao fascismo”.
  • O líder do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, lamentou hoje a morte de Jorge Sampaio e agradeceu o papel desempenhado pelo antigo Presidente da República na libertação de Timor, na defesa dos refugiados e dos oceanos.
  • O PEV lamentou hoje “com emoção” e “profundamente” a morte do antigo Presidente da República Jorge Sampaio, uma “figura incontornável” da democracia portuguesa, reconhecendo “o papel absolutamente relevante para as respostas políticas que se impunham”.

Jorge Sampaio

Recorde-se, Jorge Sampaio, estava internado desde dia 27 de agosto no Hospital de Santa Cruz, em Lisboa, com dificuldades respiratórias. Morreu hoje, aos 81 anos.

Sampaio estava no Algarve, mas após sentir dificuldades respiratórias, e “dado o seu historial de doente cardíaco”, foi transferido para Lisboa, disse na altura com fonte do seu gabinete.

Jorge Sampaio, 81 anos, foi Presidente da República durante dois mandatos, entre 1996 e 2006.

Em 1989 foi eleito líder do Partido Socialista e na mesma altura foi eleito presidente da Câmara de Lisboa, tendo sido reeleito em 1993.

Após a passagem pela Presidência da República, foi nomeado em 2006 pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas enviado especial para a Luta contra a Tuberculose e entre 2007 e 2013 foi alto representante da ONU para a Aliança das Civilizações.

Atualmente presidia à Plataforma Global para os Estudantes Sírios, fundada por si em 2013 com o objetivo de contribuir para dar resposta à emergência académica que o conflito na Síria criara, deixando milhares de jovens para trás sem acesso à educação.

Jorge Fernando Branco de Sampaio desempenhou, ao logo da sua vida, os mais altos cargos políticos no país.

Iniciou o seu percurso, ainda estudante, como um dos protagonistas, na Universidade de Lisboa, da crise académica do princípio dos anos 60, que gerou um longo e generalizado movimento de contestação estudantil ao Estado Novo, até ao 25 de Abril de 1974.

Homem de esquerda e advogado de formação, defendeu casos célebres, como a defesa dos réus do assalto ao Quartel de Beja, o caso da `Capela do Rato`, em que foram presas dezenas de pessoas que protestaram contra a guerra colonial

Depois do 25 de Abril de 1974, militou em formações de esquerda, como o MES, onde se cruzou com Ferro Rodrigues, ex-líder do PS atual presidente do parlamento, e só aderiu ao partido fundado por Mário Soares em 1978.

Mais tarde, foi secretário-geral do PS (1989-1992), presidente da Câmara Municipal de Lisboa (1990-1995) e Presidente da República (1996 e 2006).

Sintra Notícias com Lusa
[em atualização]