“Rei Ubu” em cena na Casa de Teatro de Sintra até domingo

A peça de Alfred Jarry "Rei Ubu", que antecipou em décadas o teatro do absurdo, fica em cena até domingo, na Casa de Teatro de Sintra, num espetáculo com atores, marionetas e música ao vivo, pelo Fio d'Azeite - Grupo de Marionetas do Chão de Oliva.

"Rei Ubu" em cena na Casa de Teatro de Sintra

“O ‘Rei Ubu’ é mais do que uma peça de sátira política, é um ato artístico de ‘humor meta-irónico’, alinhado com os princípios da ciência imaginária fundada por Jarry: a patafísica”, escreve a companhia, na apresentação da obra.

“Simbolista, precursor do Teatro Absurdo e do Surrealismo”, Alfred Jarry fez de “Rei Ubu” “o manifesto de um intemporal inconformismo perante os vários aspetos da vida em sociedade”.

A peça é a história de um anti-herói, “na qual se abate o poder pelo riso, pelo ridículo e subversivo”. A ação passa-se na Polónia ou “em parte nenhuma”, num lugar onde “acontece um regicídio, a usurpação de um trono e o exercício do poder de forma errática, brutal e sanguinária. Entre metáforas alucinantes e apocalípticas, jogos de palavras, anacronismos e paradoxos, o Rei Ubu toca, paralelamente, aquilo que se passa em toda a parte, em todas as sociedades, através dos tempos”, descreve a companhia, comprovando a intemporalidade e universalidade da obra.

Estreada em Paris, no ano de 1896, “a obra-prima de Alfred Jarry, nunca perdeu a sua pertinência nem o seu lugar de primazia nos círculos artísticos e intelectuais de todo o Mundo”, garante a companhia.

Com adaptação, cenografia e encenação de Nuno Correia Pinto, que também interpreta, “Rei Ubu” conta ainda com os desempenhos de Paula Pedregal e Tiago Matias, com música original de Carlos Bastos, direção musical de Lito Pedreira, e com os músicos Hildebrando Silva e Lito Pedreira.

As vozes off são de Carla Dias, Fernando Ferreira, João de Mello Alvim e Tiago Matias; as marionetas e figurinos de Jorge Cerqueira; o desenho de luz, de André Rabaça e, a direção técnica de Marco Lopes (Show Ventura). Os grafismos são de Catarina Sobral e Nuno Correia Pinto.


Fotografias: Casa de Teatro de Sintra