Apesar da chuva intensa e do vento que que se fez sentir este sábado, o escoamento de águas na Ribeira das Jardas na cidade de Agualva-Cacém, no concelho de Sintra, funcionou sem problemas.

“O nosso sistema de proteção civil está no terreno para responder a todas as ocorrências durante este sábado”, escreveu na página de facebook, Basílio Horta presidente da Câmara de Sintra, acrescentando que “a ribeira da Jardas, em Agualva-Cacém, resiste à forte precipitação das últimas horas” e admitindo “problemas noutros locais do concelho, como no caso do túnel de Ouressa, mas que vamos resolver”.

Preocupado, Carlos Casimiro, presidente da União das Freguesias de Agualva e Mira-Sintra, partilhou um vídeo nas redes socais que mostra o caudal de água na Ribeira das Jardas.

“Até agora, a intervenção de requalificação do PolisCacém tem garantido que a chuva forte provocada pela ‘Depressão Karim’ não provoque inundações na Ribeira da Jarda, cujo forte caudal corre dentro das suas margens, não tendo atingido o primeiro nível de alagamento controlado”, refere o autarca.

“Esperemos que assim continue, fazendo com que as imagens das cheias de 1968, mesmo com as alterações climáticas que vivemos, permaneçam como tristes recordações do século passado”, pode ler-se.

A forte precipitação trazida pela depressão Karim não tem dado descanso durante a tarde deste sábado e exemplo disso são os concelhos de Cascais, Oeiras, Sintra que têm sido palco de inundações.

Portugal contabilizou hoje 478 ocorrências devido ao mau tempo, sendo os distritos de Lisboa (212), Leiria (55) e Setúbal (46) os mais penalizados, disse à Lusa o comandante da Associação Nacional de Emergência e Proteção Civil.

Num balanço com dados até às 16h00, Pedro Araújo acrescentou, relativamente à tipologia das ocorrências, “haver 109 associadas a quedas de árvores, 232 associadas a inundações e 94 a quedas de estruturas, sendo o resto distribuído entre limpezas de via, movimentos de massa, deslizamento de terra e afins”.

A ANEPC alertou hoje para a possibilidade de ocorrência de “cheias relâmpago” em zonas urbanas, devido à subida do nível dos rios, disse aos jornalistas o adjunto nacional de operações, Sérgio Trindade.

“Prevê-se que possa haver a ocorrência de cheias relâmpago, muito rápidas, em zonas urbanas que façam inundações rápido e em que as pessoas não tenham hipótese de se movimentar e fugir delas”, afirmou hoje aos jornalistas o responsável, na sede da ANEPC, em Carnaxide (Oeiras).