Evocação do General Mário Firmino Miguel

MEMÓRIA | Um trágico acidente de viação privou precocemente o Exército, e Portugal, de um cidadão insigne e militar de rara estirpe, exemplar, corajoso e inspirador. Nascido em Sintra, Mário Firmino Miguel, faleceu há 30 anos.

Passaram 30 anos sobre o falecimento do General Mário Firmino Miguel, então Chefe do Estado-Maior do Exército. “Um trágico acidente de viação privou precocemente o Exército, e Portugal, de um cidadão insigne e militar de rara estirpe, exemplar, corajoso e inspirador”, escreve o Exército Português, recordando a data.

Mário Firmino Miguel nasceu em Sintra a 11 de março de 1932 e faleceu a 9 de fevereiro de 1991, aos 58 anos de idade. Abraçou a carreira das armas ao ingressar na Escola do Exército, em 1950. Cedo se fez notar pela sua inteligência, verticalidade e camaradagem, tendo concluído o Curso de Infantaria como 1.º classificado.

Ao longo da sua ímpar carreira militar, o General Mário Firmino Miguel foi agraciado com altas condecorações e distinções, nacionais e estrangeiras. A título póstumo, foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada do Valor, Lealdade e Mérito.

Está, com todo o mérito, perpetuado como um dos portugueses mais notáveis, incluindo na toponímia de Cascais, Lisboa, Mafra, Oeiras e sobretudo em Sintra, terra onde nasceu e não o esquece.

“Neste dia marcante [9 de fevereiro] para todos os que serviram e conviveram com o General Mário Firmino Miguel, bem como para as gerações de militares e de civis que reconhecem, aprendem e se orgulham do seu valioso legado, é de inteira justiça esta evocação, de homenagem aos seus feitos, e em honra ao valoroso Soldado e ao ilustre Cidadão, que sempre devotadamente serviu Portugal”, pode ler-se numa publicação do Exército Português, esta semana, que traça o percurso do homem e do militar português que amava Sintra.

Mário Firmino Miguel, faleceu a 09 de fevereiro de 2021, fez esta terça-feira 30 anos sobre o falecimento do General, então Chefe do Estado-Maior do Exército.

Mário Firmino Miguel nasceu em Sintra, em 11 de março de 1932. Abraçou a carreira das armas ao ingressar na Escola do Exército, em 1950. Cedo se fez notar pela sua inteligência, verticalidade e camaradagem, tendo concluído o Curso de Infantaria como 1.º classificado.

Cumpriu a sua primeira comissão de serviço na Índia Portuguesa, de 1956 a 1958. Três anos mais tarde, iniciou segunda comissão, em Angola, onde serviu até 1963, no Comando da Companhia de Caçadores 167. Foi reconhecido como militar de inquestionável valor e manifesta bravura, tendo sido agraciado por heroísmo, ao recuperar feridos, seus subordinados, debaixo de fogo, com a Medalha de Valor Militar com Palma, grau Prata.

A sua excecional capacidade intelectual guindou-o a uma brilhante prestação no Curso de Estado-Maior, frequentado como Capitão, de 1963 a 1965, sendo-lhe vaticinado um futuro auspicioso em funções de comando, de assessoria e de ensino. Dotes que se confirmaram, quer no Gabinete do Chefe do Estado-Maior do Exército, quer sobretudo como professor de sucessivas gerações de oficiais do Exército Português no Instituto dos Altos Estudos Militares (IAEM), onde deixou marcas de profundo didatismo, invulgar poder de comunicação e estímulo pelo exemplo.

Como Major, esteve destacado na Guiné, de 1970 a 1972, onde exerceu a chefia da Repartição de Operações do Comando-Chefe. Fruto da sua dedicação, sagacidade e argúcia operacional foi promovido, por distinção, ao posto de Tenente-Coronel. No dia 25 de Abril de 1974 encontrava-se a cumprir nova comissão, em Angola, como Chefe da Repartição de Logística do Quartel-General. 

Não passaram despercebidas a sua invulgar carreira militar e as características de cidadão com exata perceção do estado do país e elevado sentido de Estado. Por essa razão, aos 42 anos de idade foi imediatamente chamado a ocupar o relevante cargo de Ministro da Defesa Nacional no I Governo Provisório, funções que igualmente exerceu no II Governo Provisório e, mais tarde, nos I, II e III Governos Constitucionais, de 1976 a 1978.

Promovido a Oficial General, em 1979, foi sucessivamente professor do Curso Superior de Comando e Direção no IAEM, Diretor da Arma de Infantaria, Comandante da Região Militar do Sul e Ajudante-General do Exército. Em 1984 assumiu o cargo de Vice-Chefe do Estado-Maior do Exército e, em 1987, foi nomeado Chefe do Estado-Maior do Exército. Nestas relevantíssimas funções, denotou visão do futuro próximo, mas simultaneamente dedicou especial atenção a processos de transformação que não descurassem o devido reconhecimento da abnegação de quem havia cumprido em África e das especificidades do Exército.

Sintra Notícias com Exército Português
Noticia corrigida