Faleceu este sábado, o locutor e realizador de rádio, Fernando Jorge Lima de 62 anos de idade. Foi com “sentido pesar” que a Rádio do Concelho de Mafra (RCM) anunciou nas redes sociais a morte do responsável pelo programa das manhãs de domingo, “Triângulo do Atlântico”, em 105.6 FM.
“Antes de ser internado, veio à RCM para fazer o seu programa, apesar de já se encontrar muito debilitado, tendo sido nesse mesmo dia transportado para o hospital”, refere no facebook a estação de rádio de Mafra. “Um caso exemplar de paixão e dedicação à rádio”, escreve Paulo Emídio, colega de trabalho da RCM destacando o “profissional exemplar de grande valor humano, que saudamos e a quem prestamos sentida homenagem”.
Fernando Jorge Lima, [com o nome radiofónico de Augusto Gaby] dedicou grande parte da sua vida à ex-rádio OCIDENTE, enquanto profissional empenhado, dedicado e grande disponibilidade, pela “paixão da rádio”. Além de outras responsabilidades que assumiu nas mais diversas áreas, deixou a sua marca de comunicador nas “Madrugadas” no programa “A Casa do Fado” e sobretudo no programa “Luzáfrica” que apresentou e realizou durante mais de 20 anos, contando com a assistência de Bernardino Gomes.
O Luzáfrica, foi único na Área Metropolitana de Lisboa, registando uma grande audiência nas noites de domingo da rádio, reunindo os mais importantes músicos da lusofonia. Todos passaram pelo Luzáfrica, um programa informal, com entrevistas em estúdio e microfone sempre aberto para o mundo. A rádio em movimento, com gente lá dentro: “O ressaltar presente de saudades num serviço público de expressão africana. Luzáfrica!”, podia ouvir no indicativo de abertura. Saudades!
O Fernando, já há alguns anos que sofria de uma doença generativa, que lhe tolhia os movimentos, provocando um cansaço extremo e a simples capacidade de respirar. Foi hospitalizado recentemente. Recuperou. Mas, este sábado não resistiu e a vida acabou. Assim, de repente!
“O ressaltar presente de saudades num serviço público de expressão africana. Luzáfrica!” — Fernando Jorge Lima
“Grandes emissões especiais de rádio fizemos juntos, amigo. E durante muitos e bons anos, e que sejas mais uma daquelas estrelas que brilha nos nossos céus”, escreve Jorge Manuel Cardoso, colega da ex-rádio OCIDENTE.
“A RCM e a Rádio OCIDENTE foram os grandes amores do grande Jorge Lima (Augusto Gabi)… choro por dentro a morte de um amigo que ao longo dos anos me ensinou a crescer como profissional e acima de tudo como pessoa”, refere Jorge Cabaço, outro amigo de longa data.
“As rádios locais nos desafios que se colocam hoje, fica mais pobre. Homem solitário, mas amigo, e conversador, sempre animado, proactivo, e adepto de uma boa rodada (lembraste do James Martin’s, puro malte que um dia levei?”, recorda Ventura Saraiva.
Jorge Tavares
[em atualização]
