EM DIRETO: Conferência de Imprensa DGS
– Marta Temido, ministra da Saúde
– Graça Freitas, secretária de Estado da Saúde
“Estamos a ter dificuldade em quebrar as cadeias de transmissão“, Marta Temido
“Todos vimos o resultado de uma festa no Algarve. Temos de ser parcimoniosos nos nossos ajuntamentos e convívios. A DGS está sensível a que a economia funcione mas temos de ter a situação epidemiológica controlada.
Não podemos fazer festas como fazíamos antes. Isto coloca em risco a saúde, a economia e o país“, Graça Freitas
“A violação das regras é crime“, Marta Temido
A região de Lisboa continua a ser a que “merece maior preocupação”, Marta Temido
Marta Temido e Graça Freitas condenaram a realização da festa em Lagos
que já levou à infeção de 90 pessoas, entre elas “crianças com menos de nove anos de idade”
Situação atual
Portugal regista hoje mais três mortos relacionados com a covid-19 do que na quinta-feira e mais 375 infetados, a maioria na Região de Lisboa e Vale do Tejo, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).
O número de óbitos subiu, de ontem para hoje, de 1.524 para 1.527, (+3), enquanto o número de infetados aumentou de 38.089 para 38.464, (+375), o que representa uma subida de 0,98%.
Há 422 doentes internados, mais seis em relação a ontem. 67 encontram-se em Unidades de Cuidados Intensivos, o mesmo número face a quinta-feira.
O número de casos recuperados subiu de 24.010 para 24.477, mais 467. Os dados da DGS indicam um total de 1.527 mortes relacionadas com a covid-19 e de 38.464 casos confirmados.
Reunião na segunda-feira
A ministra da Saúde, Marta Temido admite que venham a ser tomadas medidas excecionais em algumas freguesias dos cinco concelhos de Lisboa [Lisboa, Amadora, Sintra, Loures e Odivelas] “onde há uma maior incidência de casos com uma clara identificação das freguesias, onde há maior incidência” de infetados por Covid-19.
A situação levou o Governo a convocar uma reunião para segunda-feira com o gabinete de crise da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, todos os autarcas da área metropolitana e com o primeiro-ministro, e que envolverá o Presidente da Área Metropolitana de Lisboa e de todos os presidentes de Câmara desta área geográfica.
Caracterização Demográfica dos Casos Confirmados
Na região de Lisboa e Vale do Tejo, onde se tem registado o maior número de surtos, a pandemia de covid-19 atingiu os 16.255 casos confirmados, mais 284 do que na quinta-feira.
Entre os concelhos do país com mais de mil infetados destacam-se, por ordem decrescente, Lisboa (3037), Sintra (2179), Vila Nova de Gaia (1609), Loures (1576), Porto (1414), Amadora (1366), Matosinhos (1292), Braga (1256) e Gondomar (1093).
Alguns dos concelhos, na Área Metropolitana de Lisboa (AML): Lisboa 3037 (+58); Sintra 2179 (+74); Loures 1576 (+28); Amadora 1366 (+30); Cascais 760 (+13); Odivelas 859 (+12), Oeiras 599 (+0); e Mafra 183 (+5).
A ministra da Saúde descartou hoje a possibilidade de uma cerca sanitária no Algarve, na sequência do surto de covid-19 em Lagos, referindo que não é esta medida que impede as pessoas de terem comportamentos de risco.
“Não está em causa um cerco sanitário. Não é um cerco sanitário que institui a racionalidade suficiente para as pessoas se absterem de comportamentos que põem em causa a sua própria saúde como das pessoas que lhe estão próximas”, afirmou a ministra da Saúde, Marta Temido, em resposta à agência Lusa, na conferência de imprensa sobre a evolução da pandemia em Portugal.
Marta Temido considerou que o surto em Lagos, resultante de festa ilegal, poderia ter sido evitado, salientando que é uma situação que “penaliza enormemente” o país.
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, referiu que estão identificados 90 casos positivos associados ao surto de Lagos, incluindo crianças com menos de 9 anos de idade.
“Uma atenção especial visto que os nossos atos não implicam apenas consequências na nossa saúde, como de outras pessoas”, realçou.
A responsável da Direção-Geral da Saúde (DGS) usou também o exemplo do Algarve para justificar que é necessário parcimónia e critério na permissão de ajuntamentos e convívios, quando questionada sobre a reabertura de bares e discotecas.