Governo vai avaliar situação de Lisboa e Vale do Tejo

COVID-19 | A ministra da Saúde, Marta Temido, confirmou hoje que há 3681 profissionais de saúde infetados no país, entre eles 516 médicos e 1180 enfermeiros, e que faleceu um dos pacientes infetados no IPO de Lisboa.

EM DIRETO: Conferência de Imprensa DGS
– Marta Temido, ministra da Saúde
– Graça Freitas, secretária de Estado da Saúde

Estamos a ter dificuldade em quebrar as cadeias de transmissão“, Marta Temido

Todos vimos o resultado de uma festa no Algarve. Temos de ser parcimoniosos nos nossos ajuntamentos e convívios. A DGS está sensível a que a economia funcione mas temos de ter a situação epidemiológica controlada.
Não podemos fazer festas como fazíamos antes. Isto coloca em risco a saúde, a economia e o país“, Graça Freitas

A violação das regras é crime“, Marta Temido

A região de Lisboa continua a ser a que “merece maior preocupação”, Marta Temido

Marta Temido e Graça Freitas condenaram a realização da festa em Lagos
que já levou à infeção de 90 pessoas, entre elas “crianças com menos de nove anos de idade”


Situação atual

Portugal regista hoje mais três mortos relacionados com a covid-19 do que na quinta-feira e mais 375 infetados, a maioria na Região de Lisboa e Vale do Tejo, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).

O número de óbitos subiu, de ontem para hoje, de 1.524 para 1.527, (+3), enquanto o número de infetados aumentou de 38.089 para 38.464, (+375), o que representa uma subida de 0,98%.

Há 422 doentes internados, mais seis em relação a ontem. 67 encontram-se em Unidades de Cuidados Intensivos, o mesmo número face a quinta-feira.

O número de casos recuperados subiu de 24.010 para 24.477, mais 467. Os dados da DGS indicam um total de 1.527 mortes relacionadas com a covid-19 e de 38.464 casos confirmados.

Reunião na segunda-feira

A ministra da Saúde, Marta Temido admite que venham a ser tomadas medidas excecionais em algumas freguesias dos cinco concelhos de Lisboa [Lisboa, Amadora, Sintra, Loures e Odivelas] “onde há uma maior incidência de casos com uma clara identificação das freguesias, onde há maior incidência” de infetados por Covid-19.

A situação levou o Governo a convocar uma reunião para segunda-feira com o gabinete de crise da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, todos os autarcas da área metropolitana e com o primeiro-ministro, e que envolverá o Presidente da Área Metropolitana de Lisboa e de todos os presidentes de Câmara desta área geográfica.

Caracterização Demográfica dos Casos Confirmados

Na região de Lisboa e Vale do Tejo, onde se tem registado o maior número de surtos, a pandemia de covid-19 atingiu os 16.255 casos confirmados, mais 284 do que na quinta-feira.

Entre os concelhos do país com mais de mil infetados destacam-se, por ordem decrescente, Lisboa (3037), Sintra (2179), Vila Nova de Gaia (1609), Loures (1576), Porto (1414), Amadora (1366), Matosinhos (1292), Braga (1256) e Gondomar (1093).

Alguns dos concelhos, na Área Metropolitana de Lisboa (AML): Lisboa 3037 (+58);   Sintra 2179 (+74); Loures 1576 (+28); Amadora 1366 (+30); Cascais 760 (+13);  Odivelas 859 (+12), Oeiras 599 (+0); e Mafra 183 (+5).

A ministra da Saúde descartou hoje a possibilidade de uma cerca sanitária no Algarve, na sequência do surto de covid-19 em Lagos, referindo que não é esta medida que impede as pessoas de terem comportamentos de risco.

“Não está em causa um cerco sanitário. Não é um cerco sanitário que institui a racionalidade suficiente para as pessoas se absterem de comportamentos que põem em causa a sua própria saúde como das pessoas que lhe estão próximas”, afirmou a ministra da Saúde, Marta Temido, em resposta à agência Lusa, na conferência de imprensa sobre a evolução da pandemia em Portugal.

Marta Temido considerou que o surto em Lagos, resultante de festa ilegal, poderia ter sido evitado, salientando que é uma situação que “penaliza enormemente” o país.

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, referiu que estão identificados 90 casos positivos associados ao surto de Lagos, incluindo crianças com menos de 9 anos de idade.

“Uma atenção especial visto que os nossos atos não implicam apenas consequências na nossa saúde, como de outras pessoas”, realçou.

A responsável da Direção-Geral da Saúde (DGS) usou também o exemplo do Algarve para justificar que é necessário parcimónia e critério na permissão de ajuntamentos e convívios, quando questionada sobre a reabertura de bares e discotecas.