Municípios da AML unidos com políticas contra alterações climáticas

A subida do nível das águas do mar, as secas, as cheias e o calor extremo são as principais vulnerabilidades da região, identificadas no estudo para um Plano Metropolitano de Adaptação às Alterações Climáticas da Área Metropolitano de Lisboa (PMAAC-AML).

Serra de Sintra | Foto: Sintra Notícias - arquivo

Os 18 presidentes dos concelhos da Área Metropolitana de Lisboa (AML) comprometeram-se na sexta-feira, 6 de dezembro a adotar medidas para minimizar efeitos das alterações climáticas na região.

A subida do nível das águas do mar, as secas, as cheias e o calor extremo são as principais vulnerabilidades da região, identificadas no estudo para um Plano Metropolitano de Adaptação às Alterações Climáticas da Área Metropolitano de Lisboa (PMAAC-AML).

Após a apresentação, os 18 municípios que compõe a AML assinaram um documento, através do qual se comprometem a tomar medidas políticas, de acordo com as especificidades identificadas para os respetivos concelhos.

Nuvens sobre Sintra | Foto: Sintra Notícias

“Os desafios são muitos e muitos significativos e os municípios terão agora de analisar muito bem este plano e ponderar à escala municipal quais são os sítios onde devemos atuar, porque não é possível atuar em todo o lado ao mesmo tempo”, disse Sérgio Barroso, coordenador do plano, à agência Lusa.

Sérgio Barroso distinguiu que, a curto prazo, o que mais o inquieta é a questão da orla costeira, para a qual até já existem compromissos para que sejam retiradas algumas áreas edificadas no concelho de Almada, que estão expostas ao risco de galgamento e inundação no imediato.

Subida das águas do mar

A questão da subida do nível das águas do mar “afeta todos os municípios estuarinos e, no caso costeiro, particularmente Mafra, Sintra, Almada, Sesimbra e Setúbal”.

No caso das cheias, a principal área de incidência são os municípios da AML Norte, com maior preocupação para os concelhos onde as bacias hidrográficas têm maior impacto, como Cascais, em Oeiras, Sintra, Loures e Odivelas.

O plano chama a atenção para um aumento crescente, nas últimas quatro décadas, “quer na duração, quer na regularidade de ondas de calor”, com implicações sobre os sistemas ecológicos, mas sobretudo com “implicações muito críticas sobre a saúde humana”.

No que diz respeito às ondas de calor, que têm aumento nas últimas décadas, quer na regularidade, atuando sobre sistemas ecológicos com “implicações muito críticas sobre a saúde humana”. Os municípios que menos serão prejudicados serão Mafra e Sintra, porque “o ar da sua frente atlântica tem um efeito de mitigação dos extremos térmicos”.

A regularidade cada vez maior de secas “coloca problemas sobre os recursos hídricos, sobre os sistemas ecológicos e sobre os sistemas agroflorestais”, defendendo a necessidade de “maior eficiência hídrica nas áreas urbanas, no processo industrial e no processo agrícola”.

No caso das secas, cada vez mais extensivas no tempo, serão sobretudo um problema crítico na Lezíria de Vila Franca de Xira, mas também no interior da Península de Setúbal.