Amadora-Sintra vai fechar urgências para grávidas no verão

Ministério da Saúde disse esta quinta-feira que "as medidas de gestão de recursos" em estudo pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) "não preveem o encerramento de qualquer maternidade por nenhum período temporal".

As urgências de obstetrícia de quatro dos maiores hospitais de Lisboa – Maternidade Alfredo da Costa, Hospital de Santa Maria, São Francisco de Xavier e Amadora-Sintra -, vão estar “fechadas num esquema de rotatividade”, durante o verão, devido à falta de especialistas, noticia o jornal Público, citando a administração de saúde.

Segundo o jornal, que cita a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), “a falta de obstetras e anestesistas nestes quatro hospitais não é uma novidade e têm sido muitos os alertas por parte dos profissionais de saúde para dificuldades em assegurar o funcionamento dos blocos de parto e a assistência às grávidas”.

Segundo o jornal Público, as férias de verão “vêm agravar o cenário e, perante a iminência do encerramento das urgências de obstetrícia destes quatro hospitais, o Ministério da Saúde, através da ARSLVT, tentou uma solução que tente pelo menos minorar os efeitos da falta de médicos”, acrescenta.

Numa reunião realizada na quarta-feira, a ARSLVT “propôs aos diretores de serviço dos quatro hospitais que seja feita uma escala para que o encerramento das urgências não aconteça em simultâneo”, escreve o Público, avançando que “a proposta que ficou em cima da mesa foi a de dividir as semanas em blocos, em que cada um dos hospitais fecharia à vez, ficando os outros três abertos”.

Este esquema decorreria entre a última semana de julho e os meses de agosto e setembro, revela ainda o diário Público.

Entretanto já esta tarde, em declarações à Lusa, Luís Pisco, presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) garantiu que as grávidas não vão andar de ambulância entre hospitais na região de Lisboa, durante o verão, período normalmente mais crítico de funcionamento hospitalar.

Segundo o responsável, a ARSLVT está a reunir com os quatro hospitais para “concertar estratégias de forma a otimizar o serviço a prestar aos cidadãos”, ouvindo os conselhos de administração, os diretores de serviço de pediatria e neonatologia, faltando ainda os anestesistas.

Luís Pisco considerou também que as pessoas “têm a noção de que no verão as situações em que já existem algumas dificuldades de acertar escalas aumentam”, nomeadamente por causa das férias.

As medidas de gestão de recursos (…) não preveem o encerramento de qualquer maternidade por nenhum período temporal”, esclareceu esta tarde, o Ministério da Saúde

Entretanto, o Ministério da Saúde disse esta quinta-feira que “as medidas de gestão de recursos” em estudo pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) “não preveem o encerramento de qualquer maternidade por nenhum período temporal”.

“O Ministério da Saúde está a acompanhar o trabalho preparatório que envolve a ARSLVT, o INEM e alguns hospitais da região de Lisboa. As medidas de gestão de recursos que estão em estudo pela ARSLVT não preveem o encerramento de qualquer maternidade por nenhum período temporal”, afirma o Ministério da Saúde numa resposta escrita à agência Lusa.

O Ministério da Saúde “assegura” ainda que “as utentes terão garantidas todas as respostas de que necessitam, cabendo à ARSLVT informar com a devida antecedência a população sobre as medidas que venham a ser decididas”.

Já esta tarde, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse esperar que o eventual fecho rotativo de urgências de obstetrícia em Lisboa seja “devidamente esclarecido e explicado”, para “serenar os espíritos das pessoas”.

(Notícia atualizada, 20h40)