Conchas com cerca de 10 mil anos foram retiradas de emergência da praia da Foz do Lizandro, Mafra, uma vez que o sítio arqueológico corria o risco de ser destruído pela agitação marítima, disseram hoje as arqueólogas responsáveis, à agência Lusa.

O sítio arqueológico foi posto a descoberto no último verão na sequência da retirada pelo mar de quatro metros de areia, mas só entre o final de janeiro e o início de fevereiro foi escavado de emergência devido à forte agitação marítima.

A existência do concheiro pré-histórico prova que aí existiu ocupação humana há cerca de 10 mil anos. O sítio arqueológico deverá datar do Mesolítico ou do Neolítico, mas só estudos laboratoriais poderão vir a comprová-lo.

O concheiro situa-se a um quilómetro e meio de outro identificado em 1985 na praia de São Julião, no mesmo concelho, onde existiu uma sucessão de ocupações humanas entre o Mesolítico e o Calcolítico, ou seja, entre o oitavo e o terceiro milénio Antes de Cristo.

A escavação foi dirigida pelas duas arqueólogas e contou com a participação de estudantes da licenciatura, mestrado e doutoramento da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.