A Câmara Municipal de Sintra anunciou hoje que até ao final do ano vai desligar os sistemas de rega pública, incluindo as fontes ornamentais sem sistema de circulação de água, para minimizar os efeitos da seca.

Basílio Horta, presidente da Câmara Municipal de Sintra, realçou que, apesar de Sintra não estar a ser afetada diretamente pelos efeitos da seca, “considera que é sua responsabilidade aplicar medidas de combate à situação de seca extrema que se vive no território nacional”.

Em comunicado, a autarquia realça que estas regras se estendem às juntas de freguesia do município, que vai reforçar o “Ecoágua”, um programa de utilização de água com origens alternativas na limpeza urbana ou na lavagem de contentores.

“No âmbito deste programa existem 15 pontos ‘Ecoágua’ no concelho, sendo 10 de água de captação e cinco de água de reutilização”, salientou o município, destacando que este projeto permitiu em 2016 uma redução no consumo de água potável de 325 mil metros cúbicos, o que equivale a menos 6% de água utilizada desde 2014.

De acordo com o município, Sintra tem conseguido nos últimos anos grandes reduções no consumo de água, nomeadamente quando aderiu, em 2014, ao projeto ClimAdaPT.Local, com a adoção de medidas como a da transferência da gestão das regas dos parques e dos jardins para as juntas de freguesia.

Também o programa “Waternet”, de pesquisa ativa de fugas de água não visíveis, evitou a perda de 201 mil metros cúbicos de água entre 2014 e outubro deste ano, acrescentou.

 

INVESTIMENTOS NA REDE DE DISTRIBUIÇÃO EVITAM FUGAS DE ÁGUA

O município de Sintra tem realizado avultados investimentos na rede de distribuição de água nos últimos anos. A Câmara de Sintra destaque a remodelação da principal conduta abastecimento de água ao concelho.

A conduta, terminada em 2015 e com uma extensão aproximada de 9 quilómetros, implicou um valor total de investimento da ordem dos 12 milhões e 500 mil euros, co-financiado pelo programa QREN, e origina um impacto na redução das perdas de água da ordem dos 3% por ano, cerca de 876 mil m3 de água.

“Sintra tem sentido de forma muito particular as alterações climatéricas. As intempéries que assolaram a costa do município, nos últimos anos indicam o modo como fenómenos climatéricos extremos vão-se tornando mais frequentes e com maior impacto no território, lembra Basílio Horta.

O presidente da Câmara Municipal considera que, “esta nova realidade implica a atuação da administração local com medidas capazes de proteger e adaptar as comunidades locais a estes fenómenos. A estratégia de desenvolvimento de requalificação urbana, com base nas ribeiras ou as políticas de racionalização do consumo da água são algumas medidas concretas que têm sido desenvolvidas neste âmbito”, sublinha o autarca Basílio Horta.