A Câmara de Sintra vai apoiar a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários (AHBV) de Agualva-Cacém a substituir, por uma outra, a viatura ardida no incêndio ocorrido, no passado domingo, 21 de julho, em Alcabideche, Cascais.

“De forma inquestionável, não deixaremos de estar ao lado dos Bombeiros de Agualva-Cacém na aquisição de um veículo de combate que reponha o que foi destruído, no incêndio ocorrido em Cascais, no Parque Natural Sintra Cascais”, refere Basílio Horta, presidente da Câmara de Sintra, esta quarta-feira, na sua página de facebook, lembrando que “ao longo destes anos foram mais de 15 as viaturas que se adquiriram com o apoio da autarquia e em 2024 o apoio ascende já aos 3 milhões de euros” pelas nove corporações de Bombeiros do concelho de Sintra.

A aquisição de um novo veículo “contribuirá para a reposição da capacidade e prontidão operacional da corporação, assegurando uma resposta mais adequada à defesa do património e socorro prestado, em Sintra e no país”, refere o autarca.

A viatura que a Câmara de Sintra irá custear na totalidade vai substituir a que foi destruída no combate ao incêndio que deflagrou na tarde de domingo, em Alcabideche, no concelho de Cascais.

Recorde-se, o único veículo dos Bombeiros Voluntários de Agualva-Cacém vocacionado para o combate de fogos florestais, foi destruído pelas chamas, durante uma ação de socorro, no grande incêndio em Alcabideche, “devido a uma mudança brusca e inesperada do sentido do vento. Na tentativa desesperada de fugir às chamas o veículo acabou consumido pelas chamas que atingiram também o bombeiro Bruno Salvador que sofreu queimaduras de segundo grau nos membros superiores”, sendo assistido no Hospital de Cascais, disse na altura e ainda sob grande tensão emocional, Francisco Rosado, presidente dos Bombeiros Voluntários de Agualva-Cacém, ao Correio de Sintra e ao Sintra Notícias.


“Perdemos hoje [21 de julho] o nosso melhor carro de combate de incêndios florestais”, acrescentou na ocasião Francisco Rosado, não escondendo o seu desalento e “muita preocupação” na substituição do veículo. “A situação financeira difícil” que a corporação de bombeiros atravessa, “não permite pensar sequer na possibilidade de aquisição. Não sei como vai ser, mas estamos muito preocupados”, desabafou Francisco Rosado, destacando o desempenho “abnegado, incondicional e valoroso” da sua equipa de bombeiros que “de forma heróica tentou combater o incêndio mas que a violência das chamas foi forte e originou que o bombeiro Bruno Salvador sofresse com queimaduras”, encontrando-se já em casa a recuperar.

A decisão da Câmara de Sintra em adquirir um novo veículo de combate aos incêndios florestais, apanhou desprevenido Francisco Rosado: “Não sei como agradecer e não estávamos à espera, ainda que reconhecendo o apoio incondicional da Câmara de Sintra aos bombeiros do concelho”.

Pensativo, “não há nada mais gratificante do que o reconhecimento pelo nosso esforço e dedicação. Estamos profundamente gratos“, remata o responsável que diz não encontrar a melhor palavra para dizer “Obrigado”.

O fogo em Alcabideche, causou 14 feridos ligeiros, dos quais 11 bombeiros, e provocou danos num centro hípico da localidade da Charneca, obrigando à retirada de 30 cavalos.

O combate às chamas mobilizou mais de 370 operacionais de várias corporações da Grande Lisboa, apoiados por elementos das sub-regiões do Oeste, Península de Setúbal e Lezíria-Tejo, 110 viaturas e 14 meios aéreos, segundo informou na altura a Proteção Civil.