“Somos uma freguesia com os problemas de uma grande cidade”, refere Carlos Casimiro, presidente da Junta adiantando que “70% dos municípios portugueses têm menos população que Agualva e Mira Sintra”, facto que explica a “dimensão da gestão de um território como este”, sem um Plano de Urbanização ou documento estratégico para o seu ordenamento, considerando que “este é o principal problema na freguesia”.
O autarca dá o exemplo do Polis-Cacém, que teve como objetivo “reinventar a cidade e criá-la como um pólo de requalificação e valorização”, objetivo não totalmente conseguido. A prometida “centralidade ficou muito aquém, porque se perdeu a oportunidade, para que todos os terrenos criados pelo Polis, fossem edificados”, refere Carlos Casimiro, dando o exemplo da ‘Parcela M’ que devia ser “a zona mais valorizada do território, no centro da cidade, cujos terrenos estão subaproveitados”, numa área paralela à linha ferroviária, que vai servindo de estacionamento.
(…)“A valorização do nosso território é a principal aposta a fazer”, Carlos Casimiro
“Acho que a valorização do nosso território é a principal aposta a fazer”, refere o autarca que admite que esta é a “principal reivindicação que fiz e foi aceite, mas que ainda tem um longo caminho a percorrer”, até que seja criado um Plano de Urbanização para a Cidade de Agualva-Cacém, “há escala da cidade, aquilo que o Pólis já fez”, sublinha o autarca.
“Não consigo conceber que desde 1999, altura que entrou em vigor o PDM [Plano Diretor Municipal], não tenha sido considerado como estratégico a criação deste plano”, lamenta Carlos Casimiro, adiantando que no âmbito do novo PDM, está prevista e contratualizada a sua execução.
Questionado sobre as razões que expliquem a ausência de um plano para a freguesia e por consequência para a Cidade, Carlos Casimiro admite a “dimensão do território”, mas também porque “Sintra durante muitos anos esteve focada no centro da Vila. E, bem! Contudo, não houve uma visão equilibrada sobre o território e fez com que toda a atenção estivesse muito centrada na Vila e a cidade de Agualva-Cacém, foi crescendo num somatório de loteamentos, sem planeamento. Aliás, não foi só no concelho de Sintra, mas em toda a zona periférica da cidade de Lisboa”.
Este e outros assuntos, pode ler na íntegra em entrevista ao jornal Correio de Sintra, já nas bancas.
Com cerca de 41.104 habitantes de acordo com os sensos de 2011 e uma área geográfica de 5,4 quilómetros quadrados, a freguesia de Agualva e Mira Sintra, constitui com a freguesia do Cacém e São Marcos, a Cidade de Agualva-Cacém, a décima cidade mais populosa de Portugal, reunindo cerca de 80 mil habitantes, num dos maiores centros populacionais da Área Metropolitana de Lisboa (AML).