A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Belas (AHBVB), no concelho de Sintra, assinalou este domingo em sessão solene, o seu 93º aniversário, com a tomada de posse do novo comandante, Álvaro Melo, a promoção de novos Bombeiros e a inauguração de cinco novas viaturas, uma delas de combate a incêndios.

António Gualdino, comandante e presidente de Direção dos Bombeiros Voluntários de Belas, começou por agradecer a presença do público e convidados, com destaque para a Liga de Bombeiros Portugueses, Rama da Silva, Federação de Bombeiros do Distrito de Lisboa e do Presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta.

As primeiras palavras, elogiosas foram para o novo comandante, Álvaro Melo, por ter aceitado o “convite/desafio da direção dos bombeiros, para assumir responsabilidades” uma tarefa de “exigência permanente”, mas que “as qualidades humanas e sentido de lealdade e de disciplina, aliadas à sua capacidade operacional e conhecimento técnico” são uma mais-valia para a corporação, disse António Gualdino.

“Basílio Horta tem sabido ouvir, aconselhar e interpretar”

O comandante e Presidente da Direção dos Bombeiros de Belas, elogiou também a Câmara Municipal de Sintra pelo apoio dado aos bombeiros do concelho, em particular ao presidente, Basílio Horta, “que tem sabido ouvir, aconselhar e interpretar as nossas dificuldades, sobretudo os problemas financeiros”.

Uma disponibilidade e preocupação manifestada pelo edil, “desde o seu primeiro mandato”, dando vários exemplos, a necessidade de usar “botas apropriadas para combater os fogos” e mais recentemente, os problemas na cobertura da sede dos bombeiros de Belas em 2014, que colapsou “apoiando-nos com o financiamento que nos ajudou a pagar a obra na ordem dos 130 mil euros”, recordou, sensibilizado, António Gualdino.

Sobraram ainda aplausos sentidos, pelo elogio público de agradecimento, à “disponibilidade” do vereador Domingos Quintas, que para os bombeiros é uma espécie de “o nosso bombeiro representado na Câmara”, brincou António Gualdino, para destacar e sublinhar a sua “sempre pronta disponibilidade. Quando temos um problema para resolver é por ele que procuramos em primeiro lugar”.

Ampliar as instalações

Na ocasião foi assinado um protocolo com autarquia que vai disponibilizar 50 mil euros, “uma agradável surpresa, melhor do que uma prenda de aniversário”, anunciou António Gualdino na sessão solene, considerando “uma ajuda substancial para ajudar na construção do Parque de veículos e da central operacional”.

“Existe a necessidade de ampliar as nossas instalações”, explicou António Gualdino, adiantando que o projeto, já aprovado pela Câmara de Sintra, contempla dois edifícios. Um novo parque de veículos [Parque 3], uma nova sala de operações e comunicações e um edifício a construir em terreno, já disponibilizado pelos Bombeiros.

“Pretendemos antes do fim do ano iniciar a construção do Parque 3 e a sala de Operações”, disse o presidente da Direção do Bombeiros de Belas, dando conta de uma campanha de angariação de fundos, denominada “Do Ferro e do Cimento” que tem contado com o apoio popular e de várias empresas, “mas cujo custo da obra está calculado em cerca de 140 mil euros”.

Por outro lado, a Associação apresentou candidatura ao programa “Portugal 2020” em 2015, que previa uma comparticipação para a construção da obra na ordem dos 85%, mas feitas as contas, “o apoio real disponibilizado de 201 mil euros” é insuficiente e a direção decidiu “não avançar com a obra, porque não podemos nem queremos endividar a associação pondo em causa a sua sustentabilidade financeira”. Há poucos dias, “fomos informados que o programa ‘Portugal 2020’ estava disponível para rever os apoios financeiros”, adiantou António Gualdino, admitindo contudo, “não termos muitas esperanças”.

Críticas ao IMT

Já a terminar o seu discurso, António Gualdino criticou com alguma ironia  a falta de disponibilidade e de sensibilidade do IMT [Instituto da Mobilidade e dos Transportes], para a emissão da indispensável licença que autoriza e legaliza o transporte de doentes, “demasiado tempo de espera ao nível de meios de socorro” para responder às inúmeras solicitações, “uma vergonha”, tendo em conta os propósitos deste tipo de transporte, no socorro às populações.

Criticas ainda para a falta de apoio da Administração Central para com Bombeiros em Portugal, “que continuam a ser esquecidos” dando conta da Lei 94, de 13 de agosto, que determina as Regras de Financiamento das Associações Humanitárias de Bombeiros, mas que “não resolveu os problemas financeiros” conforme prometido. “Foi pior o soneto do que emenda”, desabafa António Gualdino, admitindo que “se não fossem algumas autarquias, como Sintra, a preocuparam-se com as suas associações de bombeiros, algumas já teriam encerrado”.