A saída das missões da Força Aérea da base do Montijo e a transferência de parte das operações para Sintra implicará um investimento de 31 milhões na Base Área nº1 de Sintra.

Fontes ligadas ao processo disseram à Lusa que o estudo realizado pela FAP (Força Aérea Portuguesa) sobre as implicações da construção de um aeroporto complementar à Portela na base militar do Montijo prevê um custo de 73 milhões com a reativação de Tancos, 31 milhões com a transferência de parte da operação para a base de Sintra e 5 milhões para a base de Beja. A estimativa inclui uma despesa de 20 milhões para a desativação do dispositivo na base n.º 6, Montijo, incluindo 6,5 milhões de euros para obras de estruturas da NATO ali sediadas.

O estudo, que foi entregue ao Governo no final de abril e discutido esta quarta-feira, à porta fechada, na primeira parte da audição parlamentar ao ministro da Defesa, Azeredo Lopes, estima ainda 242 milhões com custos relacionados com a deslocalização do Campo de Tiro de Alcochete, somando no total 372 milhões de euros.

A este valor, o relatório da FAP prevê que a Marinha precisará de 14 milhões para deslocalizar os seus helicópteros da base do Montijo para outra base e que o Exército precisará de 7,7 milhões para retirar o efetivo atualmente em Tancos.

Em declarações à Lusa, em janeiro, o chefe do Estado Maior da Força Aérea, Manuel Rolo, já tinha advertido que a “coabitação” civil e militar na base do Montijo só será viável enquanto o número de movimentos for reduzido.

“Queremos acreditar que parte do nosso dispositivo poderia coabitar com a atividade civil, enquanto o número de movimentos for reduzido. Se o número de movimentos aumentar de forma exponencial essa capacitação é capaz de estar de facto comprometida”, admitiu na altura o general Manuel Rolo.

O Governo e a ANA, Aeroportos de Portugal, assinaram em fevereiro deste ano um memorando de entendimento que visa “estudar aprofundadamente” a solução de um aeroporto complementar no Montijo para aumentar a capacidade do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.