Paula Pedregal assume a encenação de Bestas de Lugar Nenhum, que estreou esta quinta-feira, dia 24, na Casa de Teatro de Sintra – mantendo-se em cena até 11 de dezembro, de quinta-feira a sábado às 21h30 e domingos às 16h00, com bilhetes a €7,50 – e relata a história de Agu, um menino-soldado de um país africano sem nome.

A realidade das crianças-soldado, através de Agu, obrigado a combater numa das muitas guerras em curso na região, protagoniza a nova criação da Companhia de Teatro de Sintra, “Bestas de lugar nenhum”.

A peça em cena na Casa de Teatro de Sintra, com a história deste menino que se torna numa criança-soldado, leva também para palco a realidade da violência e dos abusos sexuais de crianças e mulheres, comuns em contextos de guerra.

Com encenação de Paula Pedregal e interpretada por Atcho Express, Hugo Sequeira e Carlos Abreu e Lima, “Bestas de lugar nenhum” reflete igualmente sobre os direitos das crianças em situação de guerra e sobre a escravidão, segundo a Companhia de Teatro de Sintra – Chão de Oliva.

“Bestas de Lugar Nenhum” procura retratar “todos os povos que vivem em países onde a guerra e os conflitos armados duram há décadas e parecem estar longe de ter um fim” — Paula Pedregal

“Bestas de lugar nenhum” retrata a vida de Agu desde a infância até ao momento em que o futuro lhe é roubado pela guerra, uma história que é comum a tantas crianças que vivem em países em guerra, perdendo por completo os direitos ao mesmo tempo que são alvo fácil de ameaças e intimidações, levando-as, muitas vezes, contra vontade própria a cometerem todo o tipo de atrocidades.

“Bestas de lugar nenhum” retrata a vida de Agu desde a infância até ao momento em que o futuro lhe é roubado

Ao logo da peça, Agu nunca perde a esperança num futuro melhor e relembra outros crimes em países que vivem conflitos armados como a escravização e a violação.

A peça é uma adaptação do romance de estreia de Uzodinma Iweala, com o mesmo título, obra do escritor de origem nigeriana nascido nos Estados Unidos da América, em 1982, disponível em Portugal, pela Antígona.

Para Paula Pedregal, “Bestas de Lugar Nenhum” procura retratar “todos os povos que vivem em países onde a guerra e os conflitos armados duram há décadas e parecem estar longe de ter um fim”.

“Bestas de lugar nenhum” retrata a vida de Agu desde a infância até ao momento em que o futuro lhe é roubado

“Milhares de crianças são anualmente recrutadas para grupos armados, acabando por serem vítimas de todo o tipo de maus-tratos e privadas de ter uma infância”, acrescenta a encenadora, sublinhando que “os números nada dizem acerca do sofrimento pelo qual passam”.

Sensibilizar o público para os temas retratados na peça e desafiá-lo a refletir acerca do que está a acontecer no mundo em que vivemos, “de modo a que ao contarmos as histórias, a História não se repita” foi o objetivo de Paula Pedregal ao pôr em palco esta peça.

Em cena ate 11 de dezembro

Em cena até 11 de dezembro, com sessões de quinta-feira a sábado, às 21h30, e, ao domingo, às 16h00, esta criação e produção da Companhia de Teatro de Sintra – Chão de Oliva contará, no domingo, com uma conversa com os atores, encenadores e o público.

Direitos humanos são o tema em debate para o qual foi convidada a investigadora Daniela Nascimento, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.