Outubro – Mês de Sensibilização para o Cancro da Mama

Helena Gaspar, Coordenadora da Unidade de Mama do Hospital CUF Sintra e Hospital CUF Cascais

O cancro da mama continua a ser um importante problema de saúde pública pelo que a sua abordagem continua a ter todo o interesse.

O Cancro de Mama é o cancro mais frequente na mulher e a segunda causa de morte por cancro. Anualmente, em Portugal, são diagnosticados cerca de 6000 mil novos casos e morrem 1500 mulheres vítimas de cancro de mama. Importa também referir que cerca de 1% dos cancros de mama são no homem.

Tem sido possível nos últimos anos reduzir ligeiramente a mortalidade devido, fundamentalmente, à instituição de campanhas de sensibilização e programas de rastreio – permitindo o diagnóstico precoce cada vez mais frequente. Com um papel igualmente importante na redução da mortalidade por cancro da mama, temos, ainda, os avanços da ciência com a instituição de novas medidas terapêuticas.

Factores de Risco

Múltiplos factores de risco estão relacionados com o cancro de mama sendo que a importância de cada um deles é diferente e deve ser discutida em consulta com o médico.

● Idade – à medida que a idade avança, o risco aumenta.
● Fatores hormonais – a 1º menstruação muito cedo, idade tardia da 1º gravidez, não ter tido filhos, não ter amamentado, menopausa tardia e o uso prolongado de terapia hormonal de substituição na pós menopausa.
● Fatores comportamentais – alcoolismo, obesidade e inatividade física.
● Fatores ambientais – exposição a altos níveis de poluição.
● Tratamentos de radioterapia do tórax na juventude.
● História familiar de cancro de mama – familiares diretos: mãe, tia, irmã, avó especialmente com cancro diagnosticado em idades jovens.
● Ser portador das mutações genéticas BRCA 1, BRCA2 ( apenas 5% a 10% dos cancros de mama são hereditários).

Sinais de alarme: O que devo fazer?

A maioria dos Cancros de mama são assintomáticos. Por isso, consultar o médico com regularidade e fazer o autoexame ajuda a mulher ou o homem a entender melhor a anatomia da sua mama ao longo do tempo, permitindo identificar pequenas alterações que possam surgir.

Deverá ser consultado o médico sempre que seja notada uma alteração na forma e tamanho da mama, alterações no mamilo ou axila.

São exemplos de alguns sinais de alarme:

● Nódulo da mama ou da axila palpável.
● Pele da mama espessada ou com vermelhidão.
● Corrimento mamilar (perda de liquido do mamilo).
● Retração mamilar recente (repuxamento).
● Mamilo ou aréola mamilar com pele descamada.

Quando se deve fazer o rastreio de Cancro de Mama?

Quando falamos de Rastreio a Mamografia é único exame que demonstrou redução da mortalidade por cancro de mama. A Mamografia é o exame aceite como rastreio e deverá ser realizada a partir dos 40 /50 anos anualmente ou em cada 2 anos. Para as mulheres com mais de 50 anos é consensual o tipo de rastreio a efetuar. Mulheres mais jovens devem procurar aconselhamento do seu médico sobre o tipo de vigilância a que deve ser submetida, tendo como base a sua história clínica e o modo como valoriza os riscos e benefícios.

Reforço que a história pessoal e familiar são determinantes na escolha da idade de início e da periodicidade com que os exames deverão ser realizados.

O diagnóstico precoce do cancro da mama constitui a verdadeira luta contra o cancro de mama, por outro lado é fundamental na medida em que o mesmo aumenta a probabilidade do tratamento ser menos invasivo.

Poderá evitar nalguns casos cirurgias mais agressivas, como a Mastectomia, e o uso da quimioterapia. Também pela aposta no diagnóstico precoce tendemos a conseguir que o tratamento seja mais eficaz, o que levará naturalmente a um melhor prognóstico da doença.

Importância da equipa multidisciplinar

O diagnóstico e tratamento do cancro da mama envolve toda uma equipa multidisciplinar. Por exemplo, a Unidade de Mama do Hospital CUF Sintra e Hospital CUF Cascais dispõe de uma equipa multidisciplinar diferenciada no diagnóstico e tratamento do Cancro de Mama, da qual fazem parte especialista em Cirurgia com Oncoplástica (Consulta de Mama- Ginecologia), Cirurgia Plástica Reconstructiva, Imagiologia – para realização de Mamografia, Ecografia mamária, Ressonância Mamária e Biópsia, bem como especialistas em Medicina Física e Reabilitação, Psiquiatria, Psicologia , Nutricionista e Enfermagem.

Uma equipa empenhada em dar uma resposta completa e atempada a todas as necessidades desde a prevenção, ao diagnóstico , tratamento e seguimento da doente após o tratamento.

Dra. Helena Gaspar, especialista em Ginecologia-Obstetrícia e Senologia – Coordenadora da Unidade da Mama do Unidade de Mama do Hospital CUF Sintra e Hospital CUF Cascais