Médicos de família pedem revisão urgente da organização do combate à pandemia

Os médicos de família apelaram hoje para uma revisão urgente da organização do combate à pandemia e a um reforço dos cuidados de saúde primários, propondo 10 medidas para melhorar esta resposta.

Num documento conjunto disponibilizado no ‘site’ da Ordem dos Médicos e que resultou da colaboração de diversos profissionais, defendem que se elimine a necessidade de presença física de um médico de família nos centros de vacinação, dado o conhecimento atual sobre as vacinas, “bastando a presença de um médico com treino em medidas de suporte de vida para avaliar e orientar as intercorrências verificadas”.

Defendem também que todos os profissionais das unidades de saúde familiar e das unidades de cuidados de saúde personalizados (médicos, enfermeiros e assistentes técnicos) regressem aos respetivos locais de trabalho e retomem a normal atividade assistencial, incluindo a doença aguda respiratória.

No documento, os médicos pedem ainda que seja eliminada a estrutura dos ADR (Áreas Dedicadas para Doentes Respiratórios), defendendo que, “excecionalmente e quando o contexto local assim obrigue”, os agrupamentos de centros de saúde podem criar “unidades assistenciais suplementares de resposta à doença aguda, com recursos humanos próprios ou em regime de horário extraordinário”.

Na mesma nota, o bastonário Miguel Guimarães sublinha a necessidade de “uma comunicação efetiva entre as diversas estruturas do Ministério da Saúde” que garanta “um discurso homogéneo e claro, incluindo a otimização das aplicações informáticas disponíveis”.

No documento com as 10 medidas que sugerem para melhorar a resposta dos médicos de família às necessidades de saúde dos portugueses, estes profissionais de saúde pedem igualmente o reforço da capacidade de resposta da linha SNS24, a revisão dos algoritmos de orientação e de normas e orientações da DGS, “tendo em conta o conhecimento atual”.