O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o Presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta visitam demoradamente a exposição com obras em diferentes períodos (da antiguidade à contemporaneidade), “para expressar e celebrar as múltiplas formas como esta montanha e o seu território constituiu, desde tempos imemoriais, um poderoso atractor da atenção dos artistas e, sobretudo, um motor da sua criatividade”.

A exposição estava originalmente pensada para 2020, mas a pandemia da covid-19 obrigou a que se realizasse um ano depois. Para o presidente da câmara, Basílio Horta, este atraso não foi “necessariamente mau”, e abriu até novos horizontes.

“Hoje é um dia bom para Sintra. Esta exposição é sintomática de que nada acaba quando se tem vontade. Os desafios são para ser vencidos e com forças renovadas. Foi isso que aqui aconteceu. Esta exposição é símbolo da prioridade que a Câmara de Sintra dá à cultura, que é uma das partes mais importantes da cidadania e da democracia: em exposição estarão 31 obras inéditas, feitas propositadamente para esta mostra”.

Reúne obras de artes plásticas, mas também peças arqueológicas e outras que habitualmente não são classificadas como arte, combinadas com alguma da literatura inspirada por Sintra.

Pedro Cabrita Reis, Gabriela Albergaria, Pedro Paiva e João Maria Gusmão, José Pedro Croft, Ângela Ferreira, Rui Chafes, Ana Hatherly, Michel Biberstein e Julião Sarmento, que morreu no passado dia 04, estão entre os artistas representados na mostra, alguns com peças inéditas, aos quais se juntam perspetivas de António Dacosta, Nadir Afonso, Carlos Calvet e Gérard Castello-Lopes, Mily Possoz e Bernardo Marques, José Malhoa e Veloso Salgado, Tomás da Anunciação, Silva Porto e Domingos Sequeira, chegando mesmo aos pintores quinhentistas Diogo de Contreiras e Diogo Teixeira.

A lista de artistas reunidos inclui ainda autores como o rei Fernando II, a rainha Maria Pia, pioneira da fotografia, Alfredo Keil, João Cristino da Silva, autor do quadro “Cinco Artistas em Sintra” (Tomás da Anunciação, Francisco Metrass, Vítor Bastos e José Rodrigues), uma das referências da pintura do século XIX português, o arquiteto William Colebrooke Stockdale, o poeta Thomas Cargill e o pioneiro da relojoaria, criador de mecanismos Christopher Schissler, entre outros autores dos séculos XVII, XVIII e XIX.

Dos contemporâneos, destacam-se ainda nomes como os de Daniel Blaufuks, João Louro, Patrícia Garrido, Paulo Catrica, Lúcia Prancha, AnaMary Bilbao, Cândido, Catarina Lopes Vicente e Elisa Azevedo.

Organizada em seis núcleos temáticos (não cronológicos) a exposição oferece uma espécie de viagem ou narrativa visual por este maravilhoso reino das nuvens – adaptando a expressão de Hans Cristian Andersen (1866).

A exposição, composta por seis núcleos, será complementada com um catálogo que reproduz a quase totalidade das obras expostas e integra ensaios de Maria de Aires Silveira, Vítor Serrão e Victor dos Reis, assim como com um programa de atividades paralelas, constituído por conversas temáticas, concertos, visitas guiadas e ações pedagógicas junto das escolas.

Chatêau de Sintra, 1848, daguerreótipo de Wenceslau Cifka (1811-1883); Cinco Artistas em Sintra, 1855, pintura de João Cristino da Silva (1829-1877); Globo Celeste, 1575, de Christopher Schissler (c.1531-1608); Sem Título, 2020/2021, pintura de Pedro Cabrita Reis (1956); Quero Tudo de ti, 2006, escultura de Rui Chafes (1966) estão entre as mais de 200 obras de arte da exposição que se realiza no âmbito das comemorações dos 25 anos da classificação de Sintra como Paisagem Cultural da Humanidade pela UNESCO.