Alto da Vigia foi classificado como Sítio de Interesse Público

O Sítio Arqueológico do Alto da Vigia, na freguesia de Colares, no concelho de Sintra, foi classificado pelo Ministério da Cultura, como Sítio de Interesse Público.

O Sítio Arqueológico do Alto da Vigia, em Colares, foi classificado pelo Ministério da Cultura, através da Portaria n.º 198/2021, de 24 de maio de 2021, como Sítio de Interesse Público.

A classificação do Sítio Arqueológico do Alto da Vigia, de acordo com uma proposta da autarquia de Sintra, reflete os critérios relativos ao interesse do bem como testemunho simbólico ou religioso, ao seu interesse como testemunho notável de vivências e factos históricos, e à sua importância do ponto de vista da investigação histórica e científica.

“Os trabalhos que decorreram no lugar do Alto da Vigia nos últimos anos conseguiram analisar novas oportunidades de exploração e conhecimento sobre o templo romano dedicado ao Sol Eterno, à Lua e ao Oceano, que agora é reconhecido como de interesse público”, disse Basílio Horta, presidente da Câmara, sublinhando que “Sintra é extraordinária em Património e a arqueologia é um marco importante para o concelho e para a sua história cultural”.

Manuel Heitor, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, acompanhado por Basílio Horta, presidente da Câmara e Sintra, visitaram em novembro do ano passado, o Sítio Arqueológico do Alto da Vigia | Foto: CMS – arquivo

O Sítio Arqueológico do Alto da Vigia regista ocupações na época romana, islâmica e moderna. Os vestígios mais antigos até agora identificados poderão corresponder a um templo romano dedicado ao Sol Eterno, à Lua e ao Oceano. Do período islâmico destaca-se a construção de um ribat e do período moderno a existência de uma torre de vigia.

A implantação geográfica foi determinante na fixação e na natureza dos elementos em presença. Constata-se uma longa diacronia sempre em consonância com a sua localização privilegiada, numa plataforma elevada com boa visibilidade sobre o mar. A norte delimitada pela ribeira de Colares, corredor navegável, pelo menos, até à época medieval islâmica, com uso atestado – de forma indireta – na época romana.

A identificação daquelas ruínas no século XVI corresponde à primeira descoberta arqueológica feita em Portugal.

Imagem: National Geographic

A importância do local foi largamente reconhecida na época, passando a ser ponto de visita obrigatória para os eruditos, portugueses e estrangeiros, durante o Renascimento.

Entre os ilustres visitantes que acorreram ao local, destaca-se a presença de Francisco d’Ollanda e de André de Resende, mas também de elementos da família Real, nomeadamente do Rei D. Manuel I e, mais tarde, do Infante D. Luís, irmão de D. João III.