Vacina “Sputnik” contra a covid-19 pode vir a ser fabricada em Sintra

A Hikma, com fábrica em Sintra, está na corrida europeia para a fabricação da Sputnik V, que ainda não tem autorização para ser utilizada na Europa. Ao jornal Púbico, António Costa não vê problema, desde que sejam cumpridos os trâmites.

A Hikma, uma das maiores produtoras de medicamentos injetáveis em Portugal, com fábrica em Sintra, na União das Freguesias de Sintra, pode vir a produzir, pelo menos, parte dos componentes da Sputnik V (a vacina russa). Foi o presidente da câmara de Cascais, Carlos Carreiras, que abriu o diálogo entre a empresa detentora dos direitos de exploração da vacina, o Governo e a empresa com fábrica em Portugal.

Segundo o Jornal Público, a fábrica da Hikma foi alvo de obras de expansão em 2019, mas de acordo com o presidente Riad Mishlawi (residente em Cascais), precisaria de adquirir novos equipamentos para conseguir produzir a Sputnik V. Ainda assim, a empresa está “disponível para vir a fazer parte da solução e ajudar Portugal se for essa a vontade do Governo português”, embora tenha ainda de adquirir as licenças necessárias junto do Infarmed.

A Hikma é uma das maiores produtoras de medicamentos injetáveis em Portugal, tendo investido cerca de 30 milhões de euros na expansão da fábrica de Sintra em 2019.

Esta empresa, é uma das 11 que Portugal identificou no leque das que podem dar importantes contributos para aumentar a produção de vacinas, adianta a mesma publicação.

Segundo o primeiro-ministro, António Costa, “em Portugal identificámos um conjunto de 11 empresas, que podem dar contributo para o processo de produção de vacinas, infelizmente nenhuma na produção desta vacina propriamente dita, mas podem contribuir para a fase final do enchimento dos frascos”, disse ontem no final do Conselho de Ministros.

A vacina russa, que utiliza uma tecnologia semelhante à da Janssen e da AstraZeneca, já é produzida na Índia e tem pretendentes à fabricação na Alemanha e Itália, que estão também em negociações. Não são ainda conhecidos casos de coágulos em pessoas que tenham tomado a Sputnik V.

Ao jornal Público, António Costa adianta que foi informado que a empresa “estava em condições de obter licença para a produção de uma vacina” através de Carlos Carreiras. “Por nós, isso não tem problema nenhum, desde que a vacina tenha licença da União Europeia e o local de produção também esteja licenciado”, acrescentou.

Sintra Notícias com jornal Público