
A iniciativa pretendeu inverter o encerramento das agências da Caixa Geral de Depósitos (CGD) de Mira Sintra e de Queluz Ocidental/Monte Abraão, zonas habitadas por população mais idosa que, caso esta intenção vá em frente, vai ter de se deslocar cerca de três quilómetros, para poder ter acesso a outra agência do banco público.
O protesto que decorreu esta amanhã, junto à sede da Caixa Geral de Depósitos, na Rua João XXI, em Lisboa, contou com a presença e o protestos dos presidente das Juntas de Freguesia, Carlos Casimiro (Agualva e Mira Sintra] e Pedro Brás (Massamá e Monte Abraão), que se manifestaram contra a intenção da CGD encerrar as dependências Bancárias em cada umas das freguesias do concelho de Sintra.
Ambos os presidentes de junta mostraram-se expectantes com o que poderá sair do encontro de hoje com representantes da CGD, considerando que já é um “sinal de abertura” o facto de serem recebidos.
(…) “Não consigo encontrar argumento válido. É uma decisão totalmente absurda, ainda mais em tempo de covid” [Carlos Casimiro]
O presidente da Junta de Freguesia de Agualva e Mira Sintra, Carlos Casimiro, explicou que a agência da CGD de Mira Sintra serve uma “comunidade muito idosa” e que com esta intenção de encerramento “ficam cinco mil pessoas sem uma única agência bancária ou ATM” nas proximidades.
Carlos Casimiro, presidente da JF de Agualva e Mira Sintra
“É uma decisão totalmente absurda, ainda mais em tempo de covid”, afirmou o responsável, considerando “incompreensível que se peça a cinco mil pessoas que residem em Mira Sintra e que vão todos os meses buscar as suas pensões que se desloquem em transportes públicos ou a pé”.
Segundo Carlos Casimiro, pela idade que têm, muitos com mais de 80 anos e já sem capacidade de ter automóvel, os utentes vão ter de se deslocar a “um centro populacional denso como é Agualva, onde já existem filas muito grandes”.
“Não consigo encontrar argumento válido”, declarou, acrescentando que “até podem existir argumentos economicistas, mas que não se podem sobrepor”. Para impedir o encerramento, disse, poderá ser entregue uma providência cautelar.
De acordo com o autarca, até hoje as duas freguesias unidas no mesmo propósito ainda não tinham tido uma resposta por parte da CGD, no entanto, quando anunciaram a intenção de entregar um abaixo-assinado com cerca de 4.000 assinaturas, souberam que iriam ser recebidas.
“Não sabemos se será o conselho de administração, a quem enviámos duas cartas, primeiro a Carlos Albuquerque, depois a Paulo Macedo, mas seremos recebidos enquanto representantes legítimos de 90 mil habitantes e estamos disponíveis para dialogar”, frisou.
(…) “Estranhamos esta decisão de fechar um balcão. Sendo um banco público, deveria ter uma dimensão de proximidade que outras instituições no setor não terão” [Pedro Brás]
Pedro Brás, presidente da JF de Massamá e Monte Abraão
O presidente da União de Freguesias Massamá e Monte Abraão, Pedro Brás, referiu que a CGD, “sendo um banco público, deveria ter uma dimensão de proximidade que outras instituições no setor não terão”.
“Estranhamos esta decisão de fechar um balcão. […] Quando falamos de serviço público temos de falar de proximidade e temos de ter outro tipo de dimensão que não apenas o custo”, salientou Pedro Brás.
O responsável alertou ainda para o facto de no atual contexto de pandemia que se vive ser pior para a população ter de se “deslocar e concentrar em outras agências onde já há problemas de números de utentes”.
Sintra Notícias com Lusa
[em atualização]