Esta instalação de Ildebranda Martins, patente de 21 de novembro a 9 de janeiro de 2021, assenta em manequins sobre os quais foram aplicadas peças diversas do quotidiano. Estes manequins relacionam-se com a necessidade da artista criar ambientes cinéfilos e teatrais, onde a fantasia e a realidade se fundem e em que o sonho se torna realidade e vice-versa.
Para Ildebranda Martins, a autora, cada peça representa um pensamento, um conjunto de obras com o mesmo alinhamento, um estado de espírito, são páginas de diário, em que cada coleção constitui um ritmo de vida especifico, de uma determinada altura da sua vida.
Sobre esta exposição a autora refere que “nunca pensei em afirmar de que tenho saudades das rotinas de outrora, de um passado recente, de algumas ações associadas à monotonia, à repetição, à ausência de imprevistos e à necessidade permanente de adaptação a novas linguagens, meios e plataformas diferentes de trabalho. A noção de que a vida jamais será como dantes por causa da pandemia e de que há muitos conceitos que abriram definitivamente falência e práticas que perderam a sustentabilidade, instalou-se na minha consciência.”
Ildebranda Martins, frequentou o Curso de História de Arte na Sociedade, Nacional de Belas Artes de Lisboa em 2002, no entanto expõe desde 1995, ao longo destes 25 anos de carreira, foi autora dos coletivos “Mulheres Com Arte” e “Universo Africano”, participou em vinte e cinco exposições individuais e vinte coletivas em Portugal, estando também representada em diversas coleções privadas.