Estação da CP de Agualva-Cacém | Foto: arquivo

Um estudo sobre o futuro da linha ferroviária mais utilizada do país ficará concluído até setembro, anunciou o ministro Pedro Nuno Santos, no Parlamento.

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, reconheceu esta quarta-feira no Parlamento que a linha ferroviária de Sintra enfrenta um problema de sobreocupação, isto é, o número de passageiros é muito superior à capacidade disponível da linha e da oferta de material circulante. O ministro vai mais longe nas suas declarações ao admitir que “os comboios chegam a atingir os 160% da capacidade” máxima permitida.

“A lotação máxima por comboio na linha de Sintra é de 1600 pessoas. Em sobrecarga, são 2000 pessoas, o que corresponde a 130% de capacidade. Só que há comboios nesta linha a circular a 160% da capacidade”, disse Pedro Nuno Santos, durante a audição na comissão de Economia, Obras Públicas e Inovação.

Para resolver a situação, o Governo já pediu um estudo para tentar aumentar a frequência de comboios na linha de Sintra, uma das linhas “com maior densidade de utilização na Europa”.

Ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos

Vão regressar os oito comboios retirados por avaria para “garantir que não há supressões na linha de Sintra”, anunciou Pedro Nuno Santos

Enquanto os resultados não são conhecidos, Pedro Nuno Santos lembra que em termos de oferta, não é possível aumentar o comprimento dos comboios, que circulam, muitas vezes, com oito carruagens. “Os comboios não podem ir além da plataforma”.

Até ao final deste ano, mantém-se o regresso de oito comboios suburbanos para a Linha de Sintra que tinham sido retirados por avaria durante o período da troika. Este reforço de material “é para garantir que não há supressões na linha” porque sempre que um comboio se avariar “será possível injetar rapidamente um comboio na linha”, disse.

Pedro Nuno Santos disse ainda que “a esmagadora maioria dos utilizadores” da Linha de Sintra vão para as estações de Entrecampos e de Sete Rios e que os comboios que fazem a ligação entre o Rossio e Sintra servem principalmente turistas.

Basílio Horta, presidente da Câmara de Sintra

“Não podemos continuar a admitir que nas horas de ponta, os comboios estejam cheios de pessoas” — Basílio Horta

Em entrevista esta quarta-feira ao SINTRA NOTÍCIAS, Basílio Horta, manifestou-se desagrado com a falta resposta do governo, na Linha de Sintra. “Não podemos olhar para a Linha de Sintra e mantê-la como está”, refere o presidente da Câmara de Sintra, que lamentando “anos e anos de desinvestimento nesta linha”, “e deixou-se chegar ao ponto limite”.

O Governo vai investir 200 milhões de euros em equipamentos ferroviários, mas Basílio Horta faz questão em saber ”o que é que vem para Sintra”, admitindo que na atual conjuntura é necessário voltar a haver o número de comboios suficientes nas horas de ponta. Em jeito de desabafo, lamenta que os oito comboios suprimidos durante a tróika, não tenham sido repostos em circulação, conforme prometido: “Tem que haver respostas técnicas para decisões politicas”, disse Basílio Horta sem pessoalizar a crítica.

Pensativo, “não podemos continuar a admitir que nas horas de ponta, os comboios estejam cheios de pessoas”, notou o presidente da Câmara de Sintra, deixando um aviso: “Se isto continuar assim vamos ter que ter reações que, com franqueza, não gostava de tomar”.

Entrevista com Basílio Horta em direto

Como está o município de Sintra a vencer o vírus? Que riscos e custos para a economia local? Mudar de comportamento ou recomeçar uma nova vida?Entrevista em direto com o presidente da Câmara Municipal de Sintra.

Posted by Sintra Notícias on Wednesday, 29 April 2020
Entrevista na integra de Basílio Horta, presidente da Câmara Municipal de Sintra, ao SINTRA NOTÍCIAS


[em atualização, 02h08]