Nos últimos anos tentámos ser aquilo que não somos, e ao afastarmo-nos da nossa doutrina e dos nossos ideais, afastámos os eleitores que em nós confiavam e davam o seu voto.
Perdemos a nossa identidade, aquilo que nos diferencia dos outros partidos, e quando ficamos iguais aos outros, o eleitor prefere votar no partido maior, ou no Partido original, nunca na cópia. Não podemos nem queremos agradar a todos. Temos de ser coerentes com a nossa linha ideológica e de pensamento, de uma direita democrática assente numa matriz democrata cristã.
Queremos que o CDS seja o estandarte e porta voz de uma nova direita, um partido de Causas, o Porto de abrigo de todos aqueles que acreditam nas “pessoas” na capacidade do individuo e na distinção pelo mérito. Nós acreditamos no valor da família como célula base e estruturante da sociedade e que o Estado tem de ter e de colocar em prática, políticas de apoio à natalidade e às famílias.
Queremos um Estado preocupado com as pessoas e que para isso faça um investimento sério e estruturado no sistema nacional de Saúde, que apoie os mais desprotegidos, que garanta a segurança e a Justiça a todos os portugueses, dotando as forças policiais e os tribunais dos meios necessários. Queremos um Estado que promova o alívio fiscal para as empresas e para as famílias, e que seja forte e eficaz no combate à corrupção.
Tudo isto são bandeiras nossas, bandeiras do CDS que nos esquecemos de defender e de afirmar nos últimos anos e que nos custou os péssimos resultados eleitorais que obtivemos nas eleições Europeias e Legislativas. Agora até já há quem vaticine que o nosso Partido acabou, ou vai desaparecer! Pois a todos eles eu quero responder que estão redondamente enganados!
Nós militantes e simpatizantes do CDS estamos habituados a lutar na adversidade, e não é este momento menos bom que nos deita abaixo ou faz perder o foco. Nós sabemos muito bem quais são os valores que defendemos e nos quais acreditamos e não vergamos! Nós sabemos muito bem o que queremos e o que defendemos para Portugal e para os portugueses!
Acredito que chegou a hora da esperança e da mudança! Que este é o momento que nos desafia, nos convoca e motiva a lutar por aquilo em que realmente acreditamos! Mas primeiro, temos de fechar o ciclo que nos trouxe até aqui. Não podemos continuar com mais do mesmo, temos de mudar de protagonistas, pois foram eles com as suas estratégias e decisões que nos levaram ao estado a que chegámos. Este é, pois, o momento da renovação. Tem de haver uma mudança positiva, uma nova onda de esperança e de confiança que nos faça acreditar num futuro melhor!
E eu acredito que esse virar de página se fará com o Francisco Rodrigues dos Santos, porque para mim, ele corporiza a lufada de ar fresco que o nosso Partido tanto precisa! Nós não nos podemos esquecer que somos herdeiros de gente livre, por isso… Será com a mesma Liberdade e Responsabilidade dos homens e mulheres que em 1974, em pleno rebuliço revolucionário, decidiram criar o CDS que nós, militantes do CDS-PP, decidiremos aqui neste Congresso, qual será a melhor estratégia global para o nosso Partido e para Portugal!
Será com a mesma Liberdade e Responsabilidade dos deputados do CDS que votaram sozinhos na Assembleia da República contra o primeiro texto da constituição portuguesa que nós, militantes do CDS-PP, decidiremos aqui neste Congresso, qual será o melhor líder para nos conduzir na afirmação dos valores em que acreditamos e devolver a credibilidade ao CDS!
Será com a mesma Liberdade e Responsabilidade dos que resistiram ao cerco do Palácio de Cristal no Porto que nós, militantes do CDS-PP, decidiremos aqui neste Congresso, qual será o melhor líder que nos pode levar ao sucesso!
E eu acredito, que esse líder será, Francisco Rodrigues dos Santos!
Silvino Malho Rodrigues
Vice-presidente da Mesa do Conselho Nacional do CDS-PP e militante em Sintra
[Intervenção de Silvino Malho Rodrigues, no 28.º Congresso da CDS/PP, que decorreu no Parque de Feiras e Exposições de Aveiro]
