Sintra recebeu esta sexta-feira o prémio “Município do Ano 2019”, na Área Metropolitana de Lisboa (AML), atribuído pela Universidade do Minho, pelos projetos da ribeira da Lage, entre Mem Martins e Rio de Mouro, e o rio Jamor, desde Belas a Queluz a prolongar-se até à foz no Tejo.

Sintra recebeu o prémio de município da AML com projetos que “revolucionaram” a forma de atuação da Câmara Municipal no território, voltando a dar a “primazia às pessoas e à qualidade de vida beneficiando espaços naturais estruturantes nas cidades”.

Ribeira da Lage, inaugurada em 25 de abril deste ano, foi um dos projetos premiados

O projeto dos “Eixos Verdes e Azuis de Sintra” integra a estratégia municipal de valorização e requalificação da estrutura verde. O objetivo é ser um fator impulsionador da reabilitação urbana nas principais zonas urbanas de Sintra.

A Universidade do Minho premiou as duas intervenções estruturantes centradas no Rio Jamor e na Ribeira da Laje, dado que estas linhas de água atravessam zonas urbanas densamente urbanizadas e que carecem de intervenção de reabilitação urbana e requalificação ambiental.

Os dois projetos já originaram um investimento de cerca de 4 milhões de euros, mas quando estiverem concluídos esse valor será de 8 milhões.

Requalificação da Ribeira da Lage permitiu valorizar território onde vivem dezenas de milhares de pessoas

Nas imediações do Rio Jamor localizam-se as centralidades de Belas e Monte Abraão e a cidade de Queluz e no caso da Ribeira da Laje, Mem Martins e Rio de Mouro.

No caso do Rio Jamor o projeto, Eixo Verde e Azul (EVA), desenha-se desde a nascente até à foz, ou seja, e no que diz respeito ao município de Sintra, desde o Parque Florestal da Carregueira até ao Palácio Nacional de Queluz e zonas verdes envolventes, nomeadamente a Matinha de Queluz.

O EVA continua em Oeiras e visa a melhoria da qualidade das massas de água e o acréscimo das áreas permeáveis adjacentes ao rio, bem como o necessário controlo e regularização de caudais de ponta de cheia e a valorização biofísica, tanto do Rio Jamor como dos seus afluentes, nomeadamente a Ribeira de Carenque, na ligação com a Amadora.

Para o presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta, o EVA “concretiza a estratégia integrada de requalificação do rio Jamor e das suas margens, da nascente à foz, aumentando a oferta de espaços verdes, e assim contribuir para a melhoria da qualidade de vida e dos espaços das cidades”, e sublinhou “que se trata de uma mudança qualitativa na Área Metropolitana de Lisboa, visto que somos o único concelho que já está a trabalhar, onde já começaram as obras”.

Trata-se de uma obra “ambiciosa” e que, de acordo com o edil, “vai devolver às pessoas aquilo que lhes pertence”.

Quanto à Ribeira da Laje, a intervenção partilhou os objetivos do projeto de intervenção no Rio Jamor e centrou-se na zona da ribeira que percorre Mem Martins e Rio de Mouro, num percurso total de cerca de 2,5 Km.

Construção da ligação pedonal e clicável entre Belas e o mar | DR CMS

No contexto da operação de reabilitação urbana em curso, a valorização da ribeira da Laje assumiu-se como eixo condutor para uma ligação linear, pedonal e ciclável que liga as duas vilas, passando pelo Parque Urbano da Serra das Minas e contribui para a melhoria da vivência urbana e que se traduzem na valorização paisagística e ambiental da Ribeira da Laje.

O projeto permitiu a criação de percursos pedonais e cicláveis, zonas de estadia e valorização das existentes e na qualificação de espaços de produção hortícola. O investimento municipal permitiu também a aplicação de medidas de mitigação de riscos de cheia.