Professores exigem retirada de amianto nas interrupções letivas

Não obstante a autarquia já ter agendadas as datas de intervenção para retirar o amianto das escolas em falta, estes professores pretendem que essa intervenção seja realizada no decorrer das interrupções letivas do Natal ou da Páscoa.

Imagem: SIC Notícias

Um grupo de professores protestou esta manhã, nos Paços do Concelho, em Sintra, por não concordarem que as obras para retirar o amianto das onze escolas do concelho de Sintra, decorram durante o fim de semana, propondo que as mesmas sejam feitas durante as pausas letivas.

Para estes professores que foram recebidos por Basílio Horta, no largo fronteiro à Câmara de Sintra, se as obras decorrerem durante o fim de semana, “as partículas de fibrocimento ficam ar e não têm tempo de assentar e serem removidas em segurança”, antes do início das aulas.

Não obstante a autarquia já ter agendadas as datas de intervenção para retirar o amianto das escolas em falta, estes professores pretendem que essa intervenção seja realizada no decorrer das interrupções letivas do Natal ou da Páscoa.

“As obras deviam ser feitas nessa altura, porque há várias semanas [de férias] e assim permite que as obras decorram e se cumpra um ou dois dias de pausa, para posterior análise”, disse uma das professoras à SIC Notícias. Por outro lado, “há escolas que têm há várias décadas camadas de amianto tão envelhecidas que quando se fizer a remoção, há um risco maior de libertação de partículas de amianto no ar”, acrescentando que as normas comunitárias, aconselham no mínimo “um ou dois dias de pausa total das obras, para posterior análise da qualidade do ar”.

“Se há inconvenientes, vamos estudar com os nossos serviços e com os professores a melhor maneira de resolver o problema”, começou por dizer Basílio Horta, adiantando que, “se puderemos resolver [obras de remoção] fora do fim de semana, porque não fazê-lo? Faremos com toda a certeza”, disse o presidente da Câmara de Sintra.

Entretanto ao jornal Público, a câmara de Sintra garante que “a remoção de coberturas com amianto obedece a legislação própria, sendo fiscalizada pela Autoridade para as Condições de Trabalho” e que as intervenções levadas a cabo pela autarquia “obedecem a todos os procedimentos legalmente estipulados, os quais são escrupulosamente promovidos” pelo próprio município.

Esta fase de intervenção abrangerá “a substituição de coberturas em 12 estabelecimentos do 2.º e 3.º ciclos do ensino básico, estando adjudicado o primeiro conjunto de três escolas” — a EB D. Domingos Jardo, a EB António Sérgio e a EB Prof. Agostinho da Silva, detalha a autarquia. Estas intervenções “decorrerão durante os próximos meses, em períodos em que as previsões e as condições meteorológicas assim o permitam”, não sendo por isso possível avançar com datas para os trabalhos — sem negar contudo que possam ocorrer ao fim-de-semana.

Problema resolvido até final do 2020

Recorde-se, recentemente e no âmbito do protesto nacional sobre a presença do amianto em muitas escolas do país, a autarquia de Sintra, faz saber que todas as escolas básicas do concelho de Sintra estarão livres de amianto até final de 2020, lamentando as greves “injustificáveis” convocadas pelo Sindicato de Todos Os Professores (S.TO.P.).

Em comunicado, a autarquia de Sintra, recorda que “substituiu, em menos de um ano e meio, as coberturas em fibrocimento em 29 escolas do 1.º ciclo, faltando apenas uma que tem a intervenção prevista para o próximo ano”.

“No caso das EB 2,3, está prevista a substituição em 11 das 20 escolas durante o próximo ano, garantindo que todas as escolas EB 1 e EB 2,3 do concelho de Sintra sejam consideradas livres de fibrocimento até ao final de 2020”, lê-se na nota.

Na nota, a Câmara de Sintra salienta que, até ao final de 2020, serão investidos mais de 30 milhões de euros para resolver o problema do amianto nas escolas do concelho.

Imagem: SIC Notícias
[Notícia atualizada]