PSD critica que lucros da Parques de Sintra não sirvam para valorizar trabalhadores

    Ana Valente, presidente do PSD no concelho de Sintra, defende trabalhadores da Parques de Sintra

    Ana Valente, deputada na Assembleia Municipal de Sintra e presidente da Concelhia do PSD de Sintra | Foto: arquivo

    O PSD de Sintra criticou hoje o facto de uma empresa que gera milhões de euros em lucros, “não tenha a preocupação de valorizar aquilo que de melhor têm no seu seio – os seus recursos humanos, as suas pessoas”.

    Os trabalhadores da Parques de Sintra-Monte da Lua (PSML) terminaram hoje uma greve de dois dias para reivindicar aumentos salariais e a integração de precários, anunciou hoje o sindicato representativo.

    Os sociais-democratas de Sintra afirmam estar solidários com os trabalhadores, lembrando que em fevereiro deste ano “recomendou à Câmara Municipal de Sintra para, no exercício dos seus poderes de accionista, promover o desbloqueamento da situação dos trabalhadores”. O PSD pretendia que fossem garantidas “condições condignas e um bom ambiente laboral e social”, a esses trabalhadores. No entanto defendem que, “desde fevereiro até agora nada foi feito nesse sentido”.

    O PSD recorda que a empresa “tem ganho vários prémios internacionais, incluindo o de Melhor Empresa em Conservação do Mundo, por seis anos consecutivos, o que muito nos orgulha, tem providenciado lucros importantes para os seus accionistas, provenientes das receitas de bilheteira, lojas cafetarias e aluguer de espaços para eventos”.

    Imagens da CDU Sintra da concentração, esta segunda-feira, no terreiro do Palácio Nacional de Sintra do STAL

    No entanto, “cerca de 40% dos funcionários da empresa auferem o salário mínimo nacional, apesar de um terço destes terem habilitações de nível superior, e 30% dos funcionários são precários, o que urge alterar”, defendem.

    O PSD Sintra lembra que, “as negociações com o Conselho de Administração da empresa revelaram-se infrutíferas no sentido quer das valorizações remuneratórias previstas no Decreto-Lei de Execução Orçamental de 2018, quer na definição das carreiras, funções e tabelas remuneratórias, por bloqueio da Secretaria de Estado do Tesouro e Finanças que detém a tutela financeira da empresa, embora seja um accionista minoritário no conjunto dos acionistas”.

    “Mesmo nos anos difíceis de ajustamento financeiro, os lucros da Parques Sintra Monte da Lua ficaram na Parques Sintra Monte da Lua”, lembra o PSD, acusando que “foi preciso chegar a 2018, numa gestão supostamente desafogada em termos financeiros, para os accionistas virem reclamar os lucros da empresa para si em vez de os tornar reprodutivos”.

    Os sociais-democratas consideram que, “uma empresa que gera milhões de euros em lucros não tenha a preocupação de valorizar aquilo que de melhor têm no seu seio – os seus recursos humanos, as suas pessoas”.

    O PSD não aceita “que numa empresa deste setor tão estratégico para a economia nacional, o Estado tenha chamado a si os lucros gerados deixando ver goradas as expectativas mais do que legítimas dos seus funcionários”.

    Os sociais-democratas sintrenses estão assim “solidários com estes funcionários, consideramos a sua luta justa e esperamos que a questão seja resolvida à mesa das negociações, num diálogo franco e aberto que esperamos seja frutífero”.