O encerramento de agências da Caixa Geral de Depósitos (CGD) “é inaceitável”, considera uma moção hoje aprovada pela Câmara de Sintra, que insta à reversão do fecho do balcão em São Carlos, na freguesia de Algueirão-Mem Martins.

“Esta política de encerramento de balcões da CGD é inaceitável e já levou ao encerramento nos últimos anos de dois balcões na freguesia de Algueirão-Mem Martins (Tapada das Mercês e estação)”, refere a moção apresentada pelo vereador Pedro Ventura (CDU), aprovada por unanimidade pelo executivo municipal.

Na sequência do anúncio da administração da CGD, de um plano de encerramentos de 70 balcões, muitos até ao final de junho, a moção salientou que, a concretizar-se o fecho em São Carlos, a freguesia de Algueirão-Mem Martins contará apenas com dois balcões” do banco público, “quando já contou com cinco”.

“Esta política de encerramento de balcões da CGD é inaceitável e já levou ao encerramento nos últimos anos de dois balcões na freguesia de Algueirão-Mem Martins (Tapada das Mercês e estação)”, refere a moção apresentada pelo vereador Pedro Ventura (CDU), aprovada hoje por unanimidade pelo executivo municipal | Foto: Sintra Notícias

Uma redução que afetará a maior freguesia do concelho de Sintra, que segundo os Censos de 2011 possui uma área de 16,37 quilómetros quadrados e 66.250 habitantes.

“Para os trabalhadores da CGD, a administração destina-lhes a extinção dos postos de trabalho, que no ano de 2017 se traduziu em menos 547 trabalhadores, com o registo no primeiro trimestre deste ano de uma redução de mais 250 trabalhadores”, lê-se no documento.

A moção considerou que a estratégia de crescimento de lucros na CGD passa pela redução de trabalhadores e fecho de balcões fundamentais para as populações, “principalmente em zonas da cidade com grande concentração de pessoas idosas, com dificuldades de locomoção e sem uma rede de transportes públicos satisfatória”.

Estes encerramentos agravam “o dia-a-dia dos cidadãos, obrigando-os a deslocarem-se muitas vezes a freguesias vizinhas para a realização das mínimas operações bancárias mensais”, acrescentou a moção.

“As sucessivas tentativas de encerramento de serviços públicos, como aconteceu também com os CTT e as esquadras da PSP, e agora com a CGD, constituem um ataque aos direitos das populações”, frisou o documento.

Nesse sentido, o executivo municipal deliberou “manifestar o seu apoio à luta da população da freguesia de Algueirão-Mem Martins que legitimamente se indigna e se mobiliza em defesa dos seus direitos e do serviço público bancário”.

Além de “considerar inaceitável a política de encerramento de balcões da CGD e o despedimento de trabalhadores”, os eleitos aprovaram ainda instar o Governo e a administração da CGD a “reverter esta política e a ter em conta os interesses da população” de Algueirão-Mem Martins.

A moção será enviada ao primeiro-ministro, administração da CGD, Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos, CGTP-IN e UGT.

A CGD vai fechar cerca de 70 agências este ano, a maioria já este mês e nas áreas urbanas de Lisboa e Porto, indicou, na semana passada em comunicado, o banco público, sem precisar quantas são exatamente as agências que fecharão até final de junho nem onde se situam, dizendo apenas que muitos desses balcões estão em áreas urbanas.

Segundo informações recolhidas pela Lusa nas últimas semanas, entre as agências da CGD que irão fechar estão São Vicente da Beira (Castelo Branco), Darque (Viana do Castelo), Grijó e Arcozelo (Gaia), Pedras Salgadas (Vila Pouca de Aguiar), Prior Velho (Loures), Alhandra (Vila Franca de Xira), Abraveses e Rua Formosa (Viseu), Louriçal (Pombal), Avanca (Estarreja), Desterro (Lamego), Carregado (Alenquer), Colos (Odemira) e Alves Roçadas (Vila Real), Nogueira do Cravo (Oliveira de Azeméis), Perafita (Matosinhos) e Coimbra.

A redução da operação da CGD, incluindo o fecho de 180 balcões em Portugal até 2020, foi acordada entre o Estado português e a Comissão Europeia como contrapartida pela recapitalização do banco público feita em 2017.