PCP contra PDM de Sintra por contribuir para a “desertificação humana”

"Se é verdade que os perímetros urbanos definidos em 1999 eram excessivos, a limitação que se impõe com esta alteração assemelha-se a uma sentença de desertificação humana", defende o PCP

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Lino Paulo e Pedro Ventura, PCP | Foto: arquivo

O Partido Comunista Português (PCP) está contra o novo PDM de Sintra, que foi aprovado esta segunda-feira pelo executivo camarário, porque considera que a proposta de revisão “não corrige os graves erros do PDM de 1999” e vai contribuir para a “desertificação humana” da zona rural.

Em comunicado o PCP reconhece que não pode ignorar “que a proposta de revisão contém alguns aspetos positivos, adoptando propostas da CDU”, nomeadamente “ao nível das áreas verdes de descompressão entre espaços urbanos e da criação de parques urbanos de usufruto público nos principais núcleos”. No entanto para os comunistas é “inaceitável limitar os planos de urbanização das cidades de Aguava-Cacém, Algueirão-Mem Martins-Rio de Mouro e Queluz, ao território compreendido entre o IC16 e IC19”. “O não alargamento dos planos de urbanização a zonas urbanas como São Marcos ou às previstas áreas empresariais, pode conduzir”, no entender do PCP, “a que as cidades se limitem a uma mera função habitacional, sem ligação vivencial aos pólos de desenvolvimento empresarial”.

Para o PCP este é um aspecto “extremamente negativo para as populações, mas à medida do capital, que irá explorar as áreas empresariais e que, assim, não verá as mais-valias decorrentes dessa exploração serem “desviadas” para o interesse das populações instaladas”, lê-se no comunicado.

Os comunistas revelam-se também muito críticos relativamente à redução da área de construção na zona rural do concelho. “Se é verdade que os perímetros urbanos definidos em 1999 eram excessivos, a limitação que se impõe com esta alteração assemelha-se a uma sentença de desertificação humana”, defende o PCP.

O PCP revela também preocupação com a criação de áreas industriais/empresariais por considerar “inaceitável é que essas áreas funcionem como ‘quistos’, porventura de qualificação, no meio de território desqualificado. O PCP afirma que “para a CDU importante era ligar estas áreas, através de instrumentos de gestão do território e consequentes investimentos, à requalificação das atuais áreas habitacionais”.