De uma forma breve (quase telegráfica) eis algumas considerações sobre a noite eleitoral e os resultados das Autárquicas em Sintra:
Os Sintrenses demonstraram grande maturidade eleitoral
Dos vencedores: claramente o Partido Socialista e o seu Presidente, Basílio Horta, com a conquista de uma maioria absoluta perante uma coligação de Direita, liderada por PSD e CDS. Os Sintrenses demonstraram grande maturidade eleitoral, entenderam que o projeto destes últimos 4 anos está ainda em construção e deram um voto de confiança para a concretização de uma obra que tem vindo a consolidar-se gradualmente e que tem vindo a transformar o nosso Concelho para melhor. No que diz respeito aos Presidentes de Junta gostaria de destacar as (novas) conquistas do PS em Casal de Cambra (com maioria absoluta) e na União de Freguesias de Sintra, com a eleição, para a Presidência destas Juntas, dos meus camaradas Mário Moura e Fernando Pereira. Nas restantes, manutenção de todos os Presidentes de Junta anteriormente eleitos, destacando-se as maiorias absolutas alcançadas em Algueirão-Mem Martins, Rio de Mouro, União de Freguesias de Agualva/Mira Sintra, União de Freguesias de Massamá/Monte Abraão e União de Freguesias de Almargem do Bispo/Pêro Pinheiro/Montelavar.
Perdeu algum “bullying” digital que, ostensivamente, foi dirigido, durante meses a fio
Dos vencidos: acima de tudo creio que perdeu a incoerência. Não se pode ser hoje uma coisa e amanhã outra e achar que está tudo bem e ninguém se questiona – os Sintrenses são orgulhosamente Saloios mas não gostam que lhes enfiem “barretes”. Perderam aqueles que não fizeram em 12 anos aquilo que exigiam (demagogicamente) a outros que fizessem em apenas 4. Perdeu quem, à falta de argumentos, lançou mão de “campanhas negras” em véspera de eleições. Perdeu algum “bullying” digital que, ostensivamente, foi dirigido, durante meses a fio e de forma boçal, contra o atual Presidente da CM Sintra e os seus apoiantes. Perdeu a Direita em peso que se uniu para derrotar o PS em Sintra, mesmo à custa de abrir “feridas” profundas nas suas próprias hostes. Perdeu o Dr. Marco Almeida que, em 2012 disse ser candidato “independente” porque não se revia num PSD que “tinha virado as costas às pessoas” e que depois, em 2017, aceitou o apoio desse mesmo PSD, sob a mesma liderança, e ainda acabou a reconhecer que talvez nunca tivesse saído do partido se o tivessem indicado anteriormente como candidato. Perdeu o Dr. Ribeiro e Castro que não logrou ser eleito Presidente da Assembleia Municipal, cargo esse que será ocupado pelo meu camarada Sérgio Sousa Pinto e que contará com uma maioria de deputados municipais do PS naquele órgão.
um verdadeiro líder sabe reconhecer o mérito dos adversários e assumir os desaires sem procurar “culpados” à sua roda
Uma nota final: um verdadeiro líder sabe reconhecer o mérito dos adversários e assumir os desaires sem procurar “culpados” à sua roda. No rescaldo da noite eleitoral o Dr. Marco Almeida foi incapaz de reconhecer qualquer mérito ao Presidente reeleito pelo PS e ainda acrescentou que a sua própria derrota se deveu à “conjuntura nacional” que prejudicou as candidaturas “com o apoio de PSD e CDS”. O Dr. Passos Coelho e a Drª Assunção Cristas (que nem a Sintra vieram para apoiar o seu candidato) foram, assim, erigidos como “culpados” pela derrota. Mas o que o Dr. Marco Almeida talvez tenha mais dificuldade em explicar é por que carga de água a mesma “conjuntura nacional” não prejudicou os candidatos apoiados por PSD e CDS em Cascais ou Mafra, por exemplo. É por estas (e por outras) que alguns lideram e conquistam – enquanto outros apenas continuarão a somar derrotas, ainda que queiram ser candidatos eternamente.
António Luís Lopes,
Deputado Municipal / Líder do Grupo Político do PS na Assembleia Municipal de Sintra