Estávamos em 2002 e a coligação PSD/CDS-PP tinha ganho as eleições no ano anterior. O então vice-presidente Marco Almeida, com a área da saúde, prometia que em 2006 o novo hospital de Sintra seria uma realidade. Os mesmos responsáveis políticos mantiveram-se mais 11 anos no poder, mas o hospital acabou por nunca ser construído.
“Em finais de 2005, princípio de 2006, teremos o hospital de Sintra como uma realidade para o concelho”, afirmou, o atual candidato da coligação PSD/CDS-PP em Sintra, em 2002, numa entrevista a um jornal local. O então vereador considerava na altura que o projeto do anterior executivo, liderado pelo PS, “não servia os objetivos a que se destinava”. O processo voltou assim ao início, mas com a certeza de que em 2006 o novo hospital seria construído.
Sintra esquecida na área da saúde
O crescimento da população na década de noventa deixou o hospital Amadora/Sintra sem capacidade de resposta, no segundo concelho do país em número de população.
Entre 2001 e 2013, três mandatos em que a coligação de direita governou Sintra, o hospital São Francisco Xavier inaugurou um novo edifício, foi inaugurado o Hospital de Cascais em 2010 e o Hospital de Loures em 2012. Sintra foi sendo esquecida apesar a necessidade de um novo hospital ser sentida há pelo menos 20 anos no concelho.
O assunto volta a ganhar visibilidade pública quando, em outubro de 2016, o atual presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta, escreveu uma carta ao ministro da Saúde na qual alertava para o grave problema que Sintra vivia.
A resposta do ministro da Saúde foi pronta e numa reunião a 4 de novembro ficou acordado que a Câmara Municipal de Sintra e o ministério da Saúde estabeleceriam um protocolo para permitir a construção em Sintra uma nova unidade hospitalar. O processo sofreu alguns percalços, nomeadamente a tentativa de bloqueio por parte de alguns empreiteiros e as dificuldades financeiras do Governo.
O Câmara Municipal de Sintra consegue, no entanto, garantir o financiamento do projeto através de um protocolo assinado na próxima segunda-feira, 26 de junho, entre a autarquia, o Ministério das Finanças e o Ministério da Saúde.