O presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta, revelou-se hoje “indignado” perante um texto de um ex-jornalista da SIC, Carlos Narciso, no qual são lançadas suspeitas sobre os rendimentos do autarca.

Basílio Horta revelou na sua página pessoal, da rede social Facebook, que tomou conhecimento, esta terça-feira, de um texto de Carlos Narciso no qual são feitas “acusações soezes a meu respeito”.

O autarca refere que “já estava à espera deste tipo de comportamentos, que têm sido constantes, vindos de uma certa oposição que de cabeça perdida usa todos os meios para me ofender e difamar pessoalmente”.

O presidente da Câmara de Sintra sublinha que “em 40 anos de vida pública e tendo travado alguns dos maiores combates da democracia portuguesa, nunca me tentaram ofender de uma forma tão grosseira e baixa”. Basílio Horta escreve que “não tenho respondido porque só me ofende quem tem credibilidade e respeitabilidade para o fazer e, nunca, um bando de vencidos da vida eventualmente a soldo de inconfessáveis interesses”.

O autarca revela que “no que ao meu património respeita está integralmente descrito nas declarações apresentadas no Tribunal Constitucional, do qual resulta a minha independência financeira, e me permite exercer as atuais funções sem qualquer vencimento e me dispensa de quaisquer dependências, especialmente daquelas que visam a satisfação dos interesses privados à custa dos interesses da comunidade”.

O autarca esclarece ainda que “no que toca ao texto do referido indivíduo, o mesmo será objeto da respetiva participação criminal”.

 

CARLOS NARCISO COLOCA EM CAUSA RENDIMENTOS DE BASÍLIO HORTA

Carlos Narciso assumiu publicamente o apoio ao candidato do PSD-CDS/PP, Marco Almeida, estando envolvido em projetos nas redes sociais contra a atual gestão na autarquia sintrense. Segundo fontes do PSD estes projetos integram a estratégia eleitoral da coligação em Sintra. O texto publicado começa por lançar suspeitas sobre o momento em que Basílio Horta assumiu o “cargo de presidente da AICEP”. O ex-jornalista da SIC refere que “a escolha de Sócrates para a AICEP foi considerada estranha por muita gente. Até então ninguém desconfiava da existência dessa proximidade entre Sócrates e Basílio”.

Carlos Narciso menciona depois que “Basílio Horta é um tipo muito rico”, salientando os rendimentos públicos declarados pelo autarca ao longo dos últimos anos: “Tem 8 milhões e quatrocentos e cinquenta mil euros a prazo em diversas contas no BCP, segundo o próprio inscreveu na última declaração que efetuou em 2014. O presidente da Câmara de Sintra será, porventura, o autarca mais rico do país e um dos mais ricos da Europa e, quiçá, do Mundo… arriscamos dizer”.

O ex-jornalista salienta ainda que “Basílio Horta tem direito a ser rico. Só que tem o dever de mostrar que não enriqueceu ilicitamente. Tem a obrigação de provar que não se locupletou com dinheiro público nem com favores ou “comissões” pagas por quem eventualmente com ele se cruzou no âmbito das funções públicas que desempenhou”.

Carlos Narciso dá conhecimento das declarações de rendimentos públicas do autarca, questionando “de onde veio esse dinheiro? O Tribunal Constitucional não sabe nem procurou saber”.

O ex-jornalista termina considerando que “na política, às vezes, o que parece é. E Basílio Horta parece um capo, alguém que nunca chegará a Don, mas que se contenta em ser “segunda linha” na organização. Porventura será por causa dos óculos escuros que gosta de usar”.