Corredor verde entre Mem Martins e Rio de Mouro é uma “oportunidade de requalificar a zona”

"Este foi um projeto muito debatido no terreno, com várias reuniões onde as populações tiveram oportunidade de se pronunciar sobre a melhor forma de requalificar a zona”, sublinhou Bruno Parreira

A criação de um corredor verde num troço da ribeira da Lage, entre Mem Martins e Rio de Mouro, desenvolve “uma componente ambiental forte” e uma estratégia de “reabilitação urbana”, sublinha Bruno Parreira, presidente da Junta de Freguesia de Rio de Mouro em declarações à agência LUSA.

O projeto, da Câmara Municipal de Sintra, de requalificação da ribeira da Lage entre o colégio D. Afonso V, na freguesia de Algueirão-Mem Martins, e o Parque Urbano da Serra das Minas, em Rio de Mouro, decorre numa extensão de 2,3 quilómetros e numa área de 13,5 hectares. “Este foi um projeto muito debatido no terreno, com várias reuniões onde as populações tiveram oportunidade de se pronunciar sobre a melhor forma de requalificar a zona”, sublinhou Bruno Parreira. A medida vai envolver um investimento de cerca de 3,358 milhões de euros, anunciou hoje a autarquia de Sintra.

O autarca estimou que “ao longo da ribeira existem entre 20 a 30 hortas” clandestinas, que serão relocalizadas junto da “bacia de retenção das Mercês”. “Há uma componente ambiental forte, mas destacaria a lógica de reabilitação urbana”, notou Bruno Parreira à agência LUSA, considerando que as populações das duas freguesias “passam a estar ligadas pelo caminho da água”.

O programa da ARU de Mem Martins/Rio de Mouro aponta para a existência, ao longo da ribeira da Lage, de “algumas descargas que deverão ser sujeitas a fiscalização e posterior eliminação”, mediante estudo complementar dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) de Sintra.

O projeto inclui a definição de “um espaço-canal” com largura entre três e cinco metros, ao longo do troço da ribeira alvo de intervenção, e ainda “ações de envolvimento da população na valorização biofísica de alguns dos espaços, nomeadamente nas margens da ribeira”, através de operações de limpeza e de plantações.

A ARU de Mem Martins/Rio de Mouro, delimitada em 2015 pelo município com cerca de 161 hectares, assume a ribeira da Lage como “fio condutor das intervenções no espaço público”, a par da reabilitação do edificado das duas localidades urbanas junto à linha ferroviária de Sintra.