Instituições que confecionem refeições podem ter Selo Saudável

Foto: CMS

As instituições de Lisboa sem fins lucrativos que confecionem comida para os utentes e tenham refeitório podem candidatar-se ao Selo Saudável, um projeto-piloto anunciado hoje pela Câmara Municipal para melhorar a alimentação dos lisboetas.

Em parceria com a Direção Geral de Saúde, a Câmara Municipal de Lisboa vai preparar um “manual pedagógico sobre nutrição e preparação de refeições”, que deverá ser seguido pelas instituições, cooperativas e associações que se candidatem entre 16 de novembro e 16 de dezembro.

Após uma candidatura através do ‘site’ do município, informou hoje a diretora do Departamento para os Direitos Sociais da Câmara Municipal, a instituição “receberá uma visita dos serviços para validar a sua inscrição” e receberá o manual que deve seguir.

De seguida, realizam-se “ações de sensibilização e capacitação das equipas”, continuou Susana Ramos, pelo que as instituições dispõem de seis meses para implementar os requisitos.

Depois da adaptação, será entregue o Selo Saudável e a monitorização de cada refeitório prolonga-se durante um ano.

Segundo o município, “este projeto insere-se na promoção de boas práticas ao nível da oferta alimentar, higiene, saúde e segurança, no âmbito da intervenção em saúde e gestão da oferta alimentar”.

“Queremos dar-vos ferramentas para que possam ajudar quem vos procura”, frisou Susana Ramos, perante uma plateia repleta de representantes destas instituições.

Os objetivos deste projeto passam por “aumentar a literacia alimentar e nutricional da população de Lisboa”, “desenvolver mais conhecimento”, e conseguir oferecer uma “alimentação mais digna e rica possível”.

“Estamos a falar de instituições que trabalham com populações habitualmente mais carenciadas”, referiu a diretora.

Este projeto-piloto foi apresentado no Centro Social da Musgueira, numa apresentação à qual se seguiu um ‘workshop’ centrado em formas saudáveis de cozinhar.

A ementa teve salmão, acompanhado por esmagada de grão-de-bico e salada de cenoura e courgette, e uma sobremesa de pera e iogurte. Alguns dos convidados presentes participaram na sua confeção, conduzidos por um chef.

“Já estamos ansiosos por saber mais e para aderir”, afirmou Ana Barata, responsável do Centro Social da Musgueira.

Também presente, e em representação da Direção Geral de Saúde, Sofia Sousa apontou que “para muitas famílias é mais fácil comer mal do que comer saudável”, pelo que as “autarquias têm um papel fundamental na promoção da alimentação saudável”.

Considerando que esta é uma “iniciativa excecional, que pode mudar a vida de muitos lisboetas”, a responsável ofereceu apoio técnico à sua implementação e afirmou esperar que “possa ser replicada noutros pontos do país”.