O MAR-Museu da Água e Resíduos participou na 5.ª Conferência Internacional da Rede Global de Museus da Água da UNESCO, que decorreu recentemente na cidade do Porto.
Subordinada ao tema “Cidades da Água: Paz e prosperidade através da Educação para a Sustentabilidade da Água”, a conferência foi uma iniciativa da WAMU-NET-Water Museums Global Network (Rede Global de Museus de Água), sendo promovida pela Águas e Energia do Porto e contou com o apoio dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Sintra (SMAS de Sintra). “As Cidades da Água em Portugal – Ligar Água, Cultura e Património” foi o título de um dos painéis do evento, em que participou a diretora do MAR, Helena Cardoso.
A conferência pretendeu evidenciar a importância da sensibilização para o património da água e para a sustentabilidade, constituindo a partilha de experiências um meio importante para a definição de estratégias com vista a valorizar e preservar o património cultural associado à água.
Aberta a organismos governamentais e não governamentais ligados à cultura e ao património, assim como a especialistas, académicos e investigadores do setor da água, o evento reuniu, assim, os membros da Rede Global de Museus da Água, uma iniciativa da UNESCO que regista já 80 membros internacionais, oriundos de 32 países.
No painel dedicado às “Cidades da Água em Portugal”, que contou com intervenções de responsáveis de Portugal, Índia e Canadá, a diretora do MAR destacou algumas das potencialidades do polo museológico sintrense, inaugurado em meados de Julho na Ribeira de Sintra, que desenvolve uma intensa atividade na área da educação e sensibilização ambiental, contribuindo, assim, para uma melhor compreensão da importância de preservação do património associado à água.
Com uma oferta educativa assente em 11 temáticas e mais de 30 atividades, o MAR dinamiza ações em torno, por exemplo, do Ciclo da Água, “onde o visitante é convidado a simular os processos que constituem o ciclo da água”.
“Um dos nossos objetivos é também a apresentação de exposições sobre arte ambiental, pensando de que forma conseguimos aliar a cultura ao ambiente” — Helena Cardoso
Além de atividade inserida na oferta educativa, o Ciclo Urbano da Água é, ainda, destacado na respetiva área expositiva, através de uma maqueta, “que evidencia os diferentes passos, desde a captação, o tratamento e a distribuição de água para consumo, até à recolha, transporte, tratamento e devolução das águas residuais à natureza”, salientou Helena Cardoso. Um aquário virtual, um puzzle do ciclo da água e um chão sensorial, um piso interativo com elementos marinhos que proporcionam uma experiência sensorial, são outros módulos interativos existentes no MAR.
“Um dos nossos objetivos é também a apresentação de exposições sobre arte ambiental, pensando de que forma conseguimos aliar a cultura ao ambiente”, realçou a diretora do MAR, que deu conta que, desde que os SMAS de Sintra assumiram o espaço da Ribeira de Sintra em final de 2021, já foram realizadas mais de uma dezena de exposições “que constituíram um grande sucesso”. “Acreditamos que podemos dar ao visitante informações para pensarem e refletirem sobre: “O que podemos fazer para ter um mundo melhor?”, salientou ainda esta responsável dos SMAS de Sintra.
As boas práticas dos SMAS de Sintra na área da água foram também evidenciadas por Helena Cardoso, que deu como exemplo a adoção do Projeto EcoÁgua, que já permitiu o reaproveitamento, ao longo de 20 anos, de cerca de 3.5 milhões de m3 de água para utilizações que não exigem água potável.
Também ao nível da redução das perdas de água, foi possível reduzir de 30,9% em 2014 para 17,8% em 2023, através de um programa que, para além da deteção e localização de fugas não visíveis, tem apostado fortemente na renovação das infraestruturas de abastecimento de água mais antigas.