A charca naturalizada do Parque da Pena faz parte de um projeto global em curso nos parques e jardins históricos geridos pela Parques de Sintra

A Parques de Sintra inaugurou a charca naturalizada do Parque da Pena, o seu mais recente investimento na salvaguarda e gestão eficiente da água não potável que provém da Serra de Sintra, área na qual já investiu mais de meio milhão de euros ao longo dos últimos três anos.

O espelho de água com 1006m2, dois metros de profundidade e capacidade para armazenar 2600m3 valoriza este jardim histórico e constitui um novo habitat aquático, contribuindo para aumentar a resiliência do Parque da Pena face aos efeitos das alterações climáticas.

“O projeto de implementação da charca naturalizada cumpre, simultaneamente, três objetivos: a reserva de água para combate a incêndios florestais na Serra de Sintra; o armazenamento de água para rega dos jardins, evitando o recurso a água potável; e a criação de um habitat aquático naturalizado, que valoriza a paisagem e promove a conservação da natureza e a biodiversidade“, disse durante a inauguração, que teve lugar na passada sexta-feira, Luís Calaim, administrador da Parques de Sintra, anunciando um investimento a rondar os 128 mil euros, que “vai potenciar a gestão racional e sustentável deste recurso natural”.

A charca naturalizada do Parque da Pena faz parte de um projeto global em curso nos parques e jardins históricos geridos pela Parques de Sintra com o objetivo de aumentar a sua resiliência num contexto de alterações climáticas.

(…) “Nos últimos três anos, concretizámos mais de meio milhão de euros em intervenções que visam a salvaguarda, gestão e uso eficiente da água não potável que é produzida na Serra de Sintra” — Luís Calaim

Luís Calaim, administrador da Parques de Sintra

“Está a decorrer a execução faseada de vários projetos de recuperação de sistemas de água tradicionais em diversas propriedades, como o Parque da Pena e a Tapada de Monserrate, que visam repor água não potável de forma eficiente em todos os pontos de armazenamento existentes e recuperar os elementos de água com função decorativa”, destacou ainda Luís Calaim.

Segundo o responsável, “nos últimos três anos, concretizámos mais de meio milhão de euros em intervenções que visam a salvaguarda, gestão e uso eficiente da água não potável que é produzida na Serra de Sintra. Um investimento que vai continuar em 2024, designadamente, com a avaliação global do estado das águas não potáveis da Serra, através da definição de uma estratégia para a Gestão de Recursos Hídricos de todas as propriedades geridas pela Parques de Sintra inseridas na Paisagem Cultural de Sintra, que correspondem a cerca de 946 hectares”, concluiu.

foram plantados 2.947 exemplares de plantas de 35 espécies botânicas aquáticas e 1.500 de plantas terrestres autóctones

Tendo em vista a proteção da natureza e da biodiversidade, foram plantados 2.947 exemplares de plantas de 35 espécies botânicas aquáticas e 1.500 de plantas terrestres autóctones. No que diz respeito à fauna, registou-se a  presença de anfíbios, como tritões marmoreados, rãs e salamandras.

Equipada com uma plataforma em deck que funciona como observatório da vida aquática, a charca desempenhará um papel importante na sensibilização ambiental dos visitantes do Parque da Pena. Inclui, ainda, zonas de depuração de água exclusivamente por processos biológicos e mecânicos, tal como ocorre na natureza, utilizando serviços ecossistémicos, que são uma solução bio-baseada.

O sistema de tratamento de água baseia-se, assim, na aquacultura, na bio-filtração por zooplâncton e na oxigenação da água por meio de espécies vegetais submersas e terrestres. As margens com plantas funcionam como filtro passivo de plantas.

Fotografia: PSML / José Marques