recolha seletiva de biorresíduos alargada aos estabelecimentos de ensino, no concelho de Sintra

Os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Sintra (SMAS de Sintra) prosseguem o seu caminho de reforço do Sistema de Recolha Seletiva de Biorresíduos, ao avançarem, no início deste segundo período letivo, com a recolha de restos alimentares em cinco estabelecimentos de ensino do concelho, informaram os SMAS de Sintra em comunicado.

Esta primeira fase de recolha nas escolas, que será alargada muito em breve a mais equipamentos, abrange a D. Carlos I (Sintra), a n.º 1 do Algueirão, a EB1/JI da Cavaleira, a EB1/JI de Ouressa e a 2.º e 3.º Ciclos Ferreira de Castro (Ouressa).

Recorde-se, esta recolha insere-se no circuito destinado a grandes produtores, que já está em curso em diversas entidades públicas, como os estabelecimentos prisionais de Sintra e da Carregueira, os regimentos de Artilharia Antiaérea (Queluz) e de Comandos (Belas) e a Escola da Guarda (Queluz), e empresas de maior dimensão, como a Mercedes-Benz, a Wurth, a Essilor, a Adreta Plásticos e a Estêvão Luís Salvador, mas também instituições de cariz social e educativo como a Aldeia de Santa Isabel, a Fundação Cardeal Cerejeira e o Colégio do Ramalhão.

Para as entidades que integram este circuito de recolha, os SMAS de Sintra cedem contentorização de cor castanha, com capacidade que varia dos 120 aos 660 litros, consoante a produção de biorresíduos. Para concretizar esta recolha, é utilizada uma viatura específica, com capacidade de 15 metros cúbicos, destinada aos resíduos orgânicos, equipada com sistema de lavagem de contentores. Um veículo que representou um investimento de 250 mil euros.

Para além do circuito exclusivo de recolha dedicada e, por outro lado, do incremento do número de adesões junto dos clientes domésticos, que já mobilizam 50 mil pessoas, os SMAS de Sintra estão também a promover o sistema no Canal HORECA (Hotelaria, Restauração, Cafetaria e Similares).

Neste caso, o modelo adotado é semelhante ao setor doméstico, em regime de co-coleção, que consiste na recolha conjunta de duas ou mais frações de materiais. Para o efeito, são cedidos gratuitamente pequenos contentores, com capacidade de 20 e/ou 120 litros e sacos verdes (também de 20 litros), para deposição dos biorresíduos (acondicionados nos sacos verdes) nos contentores indiferenciados.

“À semelhança do que sucede com o setor doméstico que beneficia de um desconto de 1€ por mês por contribuírem para a valorização dos restos alimentares, os SMAS de Sintra avançaram com igual benefício para os clientes não domésticos no tarifário em vigor a partir de 1 de janeiro de 2024”, realça Carlos Vieira. Para o diretor delegado dos SMAS de Sintra, estamos perante “um desconto, mas, acima de tudo, um incentivo, que se junta à cedência gratuita dos sacos verdes, para que também os empresários do setor da restauração e similares possam contribuir para este desígnio de valorizar os resíduos orgânicos e desviá-los de aterro”.

Carlos Vieira, diretor delegado dos SMAS de Sintra (à direita) acompanhou ação de recolha seletiva de biorresíduos alargada aos estabelecimentos de ensino

“Os benefícios ambientais que resultam da valorização dos biorresíduos são evidentes, com a produção de um composto orgânico de qualidade para a fertilização de solos agrícolas, para além da produção de energia elétrica a partir de biogás, num processo que contribui, também, para dar uma nova vida ao chamado desperdício alimentar”, sublinha aquele responsável, que acompanhou o início da recolha junto dos estabelecimentos de ensino, num processo em estreita articulação com os responsáveis municipais pela gestão dos refeitórios escolares.

Recorde-se que, após a implementação, no final de 2020, de um projeto piloto na freguesia de Rio de Mouro, os SMAS de Sintra alargaram o Sistema de Recolha Seletiva de Biorresíduos a todo o concelho de Sintra, no início de outubro de 2022, mais de um ano antes da obrigatoriedade em todo o país (a partir de janeiro de 2024).

Os biorresíduos recolhidos, correspondentes a mais de 40% do lixo produzido e até agora encaminhado para aterro, são valorizados e transformados em composto orgânico, para fertilização dos solos agrícolas, ou para produção de energia elétrica.