Autora de duas dezenas de obras no campo da ficção, Filomena Marona Beja, que se encontrava internada no Hospital de São José em Lisboa, morreu na passada sexta-feira, 29 de dezembro, aos 79 anos, tendo as cerimónias fúnebres sido realizadas no domingo, em Rio de Mouro, Sintra, conforme avançou a sua editora, Parsifal.
Dotada de uma das vozes mais singulares da literatura portuguesa, Filomena Marona Beja estudou no Lycée Français Charles Lepierre e na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e desenvolveu a sua atividade profissional na área da documentação técnico-científica.
Em 1998, fez a sua estreia literária com o romance As Cidadãs, de imediato aclamado pela crítica e pelos leitores. Seguiram-se cerca de duas dezenas de obras, dispersas por géneros tão diferentes como o romance, o conto, a novela ou a crónica. Este percurso foi ainda pontuado pela colaboração em várias publicações, com destaque para edições promovidas pela associação “Abril em Maio” e pela Casa da Achada.
Publicada em Portugal e no estrangeiro, o seu talento literário foi várias vezes reconhecido através da atribuição de prestigiados galardões, de que constituem exemplo A Sopa (Grande Prémio de Literatura dst) ou A Cova do Lagarto (Grande Prémio de Romance e Novela APE/DGLB).
“O património literário e humano que nos deixa é um exemplo maior de denúncia das injustiças sociais e constitui um grito vivo de defesa dos ideais de liberdade e de solidariedade, pelos quais sempre lutou e que abnegadamente defendeu”, escreve a editora Parsifal, responsável pelas suas edições mais recentes, numa nota de pesar enviada à imprensa.
As cerimónias fúnebres realizaram-se no concelho de Sintra, onde residia desde 1967.
Fotografia: Alagamares-Associação Cultural