Bruno A Martinho, conservador no Palácio Nacional de Sintra | Parques de Sintra – Monte da Lua, SA CHAM – Centro de Humanidades, FCSH, Universidade NOVA de Lisboa e Universidade dos Açores

Em junho de 2021, Bruno A Martinho, conservador no Palácio Nacional de Sintra, refletiu e apresentou uma fascinante visão da dialética entre o “deslumbre” e a “inquietação” que o nosso património pode representar.

O artigo integra um conjunto que investigações, dos conservadores da Parques de Sintra, sobre o património Mundial da Humanidade. “Do deslumbre à confrontação ou como uma nova museografia procura valorizar o Palácio Nacional de Sintra”, resulta do processo académico desenvolvido durante a revisão do percurso expositivo do Palácio Nacional de Sintra e que levou à concretização, depois de 80 anos imobilidade, do novo plano museográfico para o palácio.

Este é o primeiro artigo, de um conjunto disponibilizado pela Parques de Sintra, e que o SINTRA NOTÍCIAS irá publicar de forma a aprofundar e dar a conhecer a investigação histórica e cultural que é realizada nos monumentos que integram a nossa Paisagem Cultural da Humanidade.


Sala dos Cisnes no Palácio Nacional de Sintra

Do deslumbre à confrontação ou como uma nova museografia procura valorizar o Palácio Nacional de Sintra

O futuro do Palácio Nacional de Sintra (PNS), e talvez de todos os palácios-museus, assenta no difícil, mas próspero, equilíbrio entre o deslumbre e a confrontação. Esta é a tese deste artigo e é também o desafio com que se debate atualmente o PNS. Apesar de mais de oitenta anos sem uma reforma profunda da sua museografia, este palácio nunca nos deixou de deslumbrar. No entanto, a sumptuosidade do edifício e o encanto da sua história não parecem ser suficientes para fazer face aos desafios do presente. Durante o último ano, tal como muitas outras instituições culturais, os palácios nacionais foram obrigados a encerrar devido à crise pandémica, mas isto não explica o silêncio a que foram remetidos, sobretudo se comparados com instituições de educação formal.

No entanto, os palácios-museus devem ocupar o seu lugar enquanto instituições de educação informal de forma a garantir a sustentabilidade futura. E se o deslumbre não é suficiente, então há que passar à confrontação.

Este artigo resulta de uma reflexão desenvolvida no quadro da atual revisão do percurso expositivo do PNS e é profundamente devedora dos contributos de dez especialistas que a Parques de Sintra convidou para participarem num debate interno com vista à elaboração de um novo plano museográfico para o palácio.

Este grupo de consultoria foi formado por vários historiadores com especialidades diversas (Ana Alcântara, Francisco Bethencourt, Hermenegildo Fernandes, Rita Costa Gomes, Isabel dos Guimarães Sá, Miguel Metelo de Seixas, Nuno Senos e Pedro Urbano), um museólogo (Gonçalo de Carvalho Amaro), uma socióloga (Cristina Roldão) e dois representantes do PNS (António Nunes Pereira e Bruno A Martinho). A colaboração entre o PNS e os vários consultores desenvolveu-se ao longo de dezoito meses, entre setembro de 2019 e março de 2021, tendo o seu ponto alto num encontro que teve lugar no PNS em fevereiro de 2020, e que culminou na entrega à Parques de Sintra de um conjunto de textos com recomendações estratégicas.

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