A Feira das Mercês, uma das mais antigas e tradicionais da região de Lisboa, com mais de dois séculos e meio de atividade, volta a realiza-se no alto da Rinchoa, de 13 a 15 e de 20 a 22 de outubro, com entrada livre.

Organizada  pela Câmara Municipal de Sintra em parceria com as Juntas de Freguesia de Algueirão-Mem Martins e de Rio de Mouro, a feira continua a oferecer aos seus visitantes, momentos de diversão e  animação etnográfica saloia, espaços de restauração, bancas de artesanato, divertimentos para os mais pequenos e diversos espetáculos ao vivo.

“Se há sítio onde a alma saloia vive,
esse sítio é sem dúvida a Feira das Mercês” — Raquel Amaral

“Só podemos defender a nossa terra se nos sentirmos honrados com as suas tradições e costumes” — Valter Januário

“A Feira das Mercês é importante porque através dela honramos a nossa história e a nossa tradição e fazemos com que a mesma não se perca e não caia no esquecimento das gerações atuais e vindouras. É importante que tenhamos orgulho na nossa alma saloia, é importante que tenhamos orgulho nas nossas raízes, é importante que honremos o caminho que nos trouxe até aqui”, refere Raquel Amaral, presidente da Junta de Freguesia de Rio de Mouro.

A autarca destaca ainda a localização de Feira da Mercês, numa zona  predominantemente urbana: “É um oásis ir à Feira das Mercês e desfrutar da magnífica paisagem que o ‘Muro do Derrete’, com todas as suas histórias de amor guardadas, nos proporciona, matar saudades das pêras pardas ou da Carne de Porco às Mercês”, refere a autarca.

Raquel Amaral, presidente da Junta de Freguesia de Rio de Mouro e Valter Januário, presidente da Junta de Freguesia de Algueirão Mem Martins

Opinião partilhada por Valter Januário, presidente da Junta de Freguesia de Algueirão-Mem Martins, que destaca a “tradição e os costumes que a secular Feira das Mercês ainda mantém e que importa preservar e enaltecer, junta-se também um apontamento expositivo que convida a uma viagem por tempos idos, através da reprodução de imagens históricas, documentos antigos, quadras soltas e obras de Leal da Câmara, tudo isto concorrendo para uma homenagem à resiliência da tradição e à dinâmica cultural desta comunidade”, sublinha Valter Januário, que não resiste em chamar a atenção para gastronomia da região, em particular a “verdadeira Carne de Porco à Mercês e para as primeiras nozes e castanhas do ano. Só aqui!”.

Pensativo, “só podemos defender a nossa terra se nos sentirmos honrados com as suas tradições e  costumes”, destaca Valter Januário. “Se há sítio onde a alma saloia vive, esse sítio é sem dúvida a Feira das Mercês”, reforça, por seu turno, Raquel Amaral.

O evento transporta os visitantes para o último quartel do séc. XVIII, altura em que a Feira das Mercês se tornou numa referência na bolsa agrícola da região saloia, por ser aqui que se fixavam os preços dos cereais, legumes e outros bens de primeira necessidade, se adquiriam instrumentos agrícolas, se contratava pessoal para o cultivo dos campos, e se deslocava a população da região saloia e de Lisboa, em Abril e em outubro de todos os anos, para fazer compras e participar na festa religiosa de Nossa Sra. Das Mercês, que se realiza no último dia da feira.

Era uma oportunidade também, para os jovens solteiros, tentarem a sua sorte para encontrar um amor para a vida, no “Muro de Derrete”  que delimitava o recinto da feira, e que ainda se mantém.

Desde gastronomia da região, aos grupos folclóricos, música popular portuguesa e animação na rua, não faltam os carrocéis, jogos tradicionais e outros entretenimentos que proporcionam momentos de grande diversão para todas as idades. Mudam-se os tempos mas azáfama e a tradição foi ficando.

Durante os próximos dois fim-de-semana, de 13 a 20 e de 20 a 22 de outubro, a Feira das Mercês, abre portas à sexta-feira (17h00 às 22h00), no sábado  (14h00 às 22h00) e domingo das (14h00 às 21h30).

Há um conjunto de espetáculos de palco imperdíveis. Quina Barreiros atua no dia 13 às 22h00 e no dia seguinte é a vez de Cláudia Martins & Minhotos Marotos (21h30). No dia 14, a tarde está reservada para a atuação de vários grupos folclóricos da região.

No segundo fim de semana, o cantor Jorge Guerreiro atua às 21h30 e no dia seguinte, “Chave D’Ouro” às 22h00. O último dia da Feira das Mercês, destaque para a Missão e Procissão (15h00), seguindo-se a apresentação de Teatro de Robertos pelo Fio d’Azeite (17h30) e uma conferência “145.º aniversário do nascimento de Francisco dos Santos” proferida por Júlio Cortez Fernandes.

PROGRAMA:

Dia 13, sexta-feira:
17h30 – Bombos das Mercês (itinerante)
22h00 – Quina Barreiros

Dia 14, sábado:
16h00 – Banda Filarmónica Boa União Montelavarense
21h30 – Cláudia Martins & Minhotos Marotos

Dia 15, domingo:
16h00 – Farra Fanfarra (Itinerante)
17h30 – Sons da Terra (Itinerante)
17h30 – Apresentação de Teatro de Robertos pelo Fio d’Azeite
18h30 – Bailarico Saloio (Itinerante)

Dia 20, sexta-feira:
21h30 – Jorge Guerreiro

Dia 21, sábado:
15h00 – Rancho Folclórico Etnográfico Saloio do M.T.B.A | Rancho Folclórico dos Recreios da Venda Seca | Rancho Folclórico “Os Saloios” de D. Maria | Grupo Folclórico e Cultural da Rinchoa-Sintra | Grupo Folclórico “Os Camponeses” de D. Maria | Rancho Folclórico Etnográfico “As Mondadeiras” do Algueirão | Rancho Folclórico “As Vendedeiras” Saloias de Sintra | Rancho Folclórico “As Lavadeiras” do Sabugo
22h00 – Chave D’Ouro

Dia 22, domingo:
15h00 – Missa e Procissão
17h30 – Apresentação de Teatro de Robertos pelo Fio d’Azeite
18h30 – Conferência “145.º aniversário do nascimento de Francisco dos Santos” por Júlio Cortez Fernandes

Animação permanente com personagens típicos e músicos, nos seguintes horários:
Sextas-feiras das 17h00 às 22h00;
sábados das 14h00 às 22h00
domingos das 14h00 às 21h00.

Sessões de show cooking saloio.