Recolha de “monos” aumenta 30% no concelho de Sintra

A recolha de resíduos volumosos, vulgarmente conhecidos por “monos”, aumentou 30% no primeiro trimestre de 2023 no concelho de Sintra, quando comparado com período homólogo de 2022.

No corrente ano, Sintra já entregou 2 434 toneladas de “monos” na Tratolixo, um acréscimo de 560 toneladas em relação ao ano passado, num crescimento sem paralelo na recolha de qualquer outra tipologia de resíduos, anunciaram os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Sintra (SMAS de Sintra), em nota enviada ao SINTRA NOTÍCIAS.

A deposição ilegal de resíduos volumosos, em vários pontos da via pública, nomeadamente junto da contentorização, constitui uma das principais preocupações dos SMAS de Sintra, responsáveis pela recolha e transporte de resíduos no concelho.

Recorde-se, para travar este flagelo, o Município de Sintra tem adotado várias medidas, contando, para o efeito, com a colaboração das juntas e uniões de freguesia, a quem foi atribuída uma segunda viatura para melhorar a eficiência do sistema de recolha de resíduos.

A atribuição por parte do município de uma segunda viatura às juntas e uniões de freguesia, assim como a assunção dos encargos financeiros com cinco assistentes operacionais e a manutenção dos veículos, permite a recolha de resíduos volumosos aos fins de semana, com exceção das freguesias de Casal de Cambra e de Colares em que a operação integra apenas uma viatura de apoio e três funcionários.

“A parceria entre o Município de Sintra, através dos SMAS de Sintra, e as juntas e uniões de freguesia, neste caso ao nível da recolha dos chamados ‘monos’, tem permitido um concelho mais limpo, o que se revela vital para o bem-estar das populações, a garantia da saúde pública e a proteção do ambiente. Mas, nada podemos fazer se continuar a falta de civismo de alguns cidadãos que insistem em ocupar o espaço público de uma forma prejudicial”, refere Carlos Vieira.

O diretor delegado dos SMAS de Sintra recorda que, “para prestar um melhor serviço à população e dar resposta ao aumento dos pedidos de recolha de ‘monos’, os SMAS de Sintra aumentaram de 5 para 10 unidades por mês (por detentor) a recolha gratuita de resíduos volumosos, como móveis e colchões e equipamentos elétricos e eletrónicos, nomeadamente frigoríficos, máquinas de lavar e televisores”.

Para o efeito, basta agendar a recolha junto da respetiva junta de freguesia ou, no caso da União das Freguesias de Sintra, recorrer à Linha de Resíduos dos SMAS de Sintra: 800 210 020.

Recorde-se que a deposição ilegal na via pública, inclusivamente junto de contentores de recolha de resíduos urbanos, resulta numa infração que poderá implicar o pagamento de coimas entre os 250 e os 22 mil euros, de acordo com o Regulamento de Recolha e Transporte de Resíduos Urbanos do Município de Sintra.

O mesmo quadro pecuniário aplica-se à deposição ilegal de resíduos de construção e demolição (RCD).

“Os SMAS de Sintra estão também fortemente empenhados em aumentar a recolha seletiva, no sentido de potenciar a reciclagem e diminuir os resíduos encaminhados para aterro, fomentando a Economia Circular”, frisa Carlos Vieira, que enuncia a aposta em curso no domínio da recolha seletiva de biorresíduos, que será obrigatória em todo o país a partir do início de 2024.

Recolha seletiva aumentou

Em Sintra, a recolha seletiva das fileiras tradicionais (papel/cartão, plástico/metal e vidro) aumentou 50% no período entre 2017 e 2022, traduzindo-se num acréscimo de 5 101 toneladas durante esse período (15 503 toneladas em 2022, contra 10 402 toneladas em 2017). No primeiro trimestre de 2023, registou-se um crescimento de 9,64% na recolha de embalagens de plástico e metal, um ligeiro crescimento ao nível do papel e cartão (3,78%) e uma descida na recolha de vidro (-9,09%). Também os “verdes”, provenientes da limpeza e manutenção de jardins, espaços verdes públicos ou zonas de cultivo e das habitações, nomeadamente aparas, troncos, ramos, cortes de relva e ervas, registou apenas um ligeiro aumento (1,57%). O total de produção de resíduos situou-se nas 36 016 toneladas, nos três primeiros meses do ano, uma variação pouco significativa (0,82%) em relação ao período homólogo de 2022.