49 anos: Casa Pinto – Espingardaria, Caça e Pesca em Agualva

O sr. José Pinto António, muito estimado e considerado por todos, conta 78 anos de idade e é proprietário da Casa Pinto

A Casa Pinto, perto da fábrica dos Óculos em Agualva, repara e vende máquinas de costura, mas também material de caça e pesca, há cerca de 49 anos. Dispõe de uma ampla oficina de reparação de todas as máquinas de costura.

O sr. José Pinto António, muito estimado e considerado por todos, conta 78 anos de idade e é proprietário da Casa Pinto, estabelecimento muito conhecido e procurado por gente de Sintra, mas também de outros sítios, como Cascais, Oeiras e até de Lisboa. Aqui ainda se trabalha à moda antiga, onde a palavra tem valor.

Nascido e criado até aos 10 anos de idade em Nisa, a família acompanhou o pai, que trabalhava numa pedreira para italianos em Laveiras (Caxias). “Vim para cá e não tenho vergonha de dizer que vivíamos nas barracas da pedreira italiana! Quando queria dormir tinha que ter o chapéu de chuva aberto”, recorda com alguma emoção. “Tinha uns 10 anos”.

Nascido e criado até aos 10 anos de idade em Nisa, a família acompanhou o pai, que trabalhava numa pedreira para italianos em Leveiras (Caxias).“Vim para cá e vivíamos nas barracas da pedreira italiana”, recorda o sr. Pinto

A vida foi “melhorando devagarinho” e a ideia de abrir um negócio próprio surgir mais tarde, por influência. “Trabalhava com máquinas de costura em Campo de Ourique e um dia consegui abrir esta casa. Já lá vão 49 anos. Fiz muitos mercados na Feira de São Pedro, onde vendia máquinas de costura, agulhas, correias, linhas, etc.

Tudo começou com os eletrodomésticos, depois surgiram as máquinas de costura e espingardas para a caça e a pesca. “Sempre a trabalhar, sem nunca parar” e o negócio foi crescendo. E a família também. Casado, pai de dois filhos e avô de “três netinhos” são o seu orgulho.

Na loja de Agualva, na Praceta das Comunidades Lusíadas, nº.8 vende novas e usadas máquinas de costura das antigas. “São as melhores, porque não avariam”, assegura o sr. Pinto, que oferece um ano de garantia sobre qualquer máquina reparada por si, com orçamentos grátis, na hora.

Pensativo, “sabe, as máquinas de costura antigas são as melhores, porque aguentam a trabalhar 30 ou 40 anos, sem parar. São máquinas a sério, enquanto as mais recentes, feitas à base de plástico, têm uma duração curta e pouca garantia”, explica.

Segundo o especialista, reparar uma Oliva, Singer, Pfaff ou outra, “justifica, porque são eternas enquanto as mais modernas não são eficientes, nem resistentes. As  máquinas de costura, Oliva, Singer ou Pfaff por exemplo, continuam a ser muito procuradas, porque são eternamente fiáveis e precisam de pouca  manutenção”, assegura.

“Tudo tem que ficar devidamente registado, mesmo os cartuchos para a caça”, explica o sr. Pinto

Além das máquinas de costura a Casa Pinto, vende  material de caça e pesca. Com o alvará nº. 4, o sr. Pinto é Armeiro “com muito orgulho”.

Está autorizado por lei a comercializar vários tipos espingardas e armas para defesa pessoal. “Claro que é preciso estar devidamente credenciado para o conseguir”, esclarece o sr. Pinto. “Tudo tem que ficar devidamente registado, mesmo os cartuchos para a caça”, explica. “Não é por acaso que o registo da Espingardaria tem o alvará nº.4 o que significa que só a pessoas idóneas e responsáveis é permitida a autorização das autoridades para uso e porte de arma”, sublinha.

A aposta na pesca e na caça, surgiu “naturalmente, com o decorrer dos anos”, numa zona onde havia poucas casas e gente na rua, recorda. “Aqui havia uma quinta, não existia sequer a Avenida dos Bons Amigos e a Rua da Ponte Nova começava aqui terminava nas Escadinhas da Ponte Nova, lá ao fundo”, aponta o sr. Pinto.

Loja de Agualva, perto da Fábrica dos Óculos, na Praceta das Comunidades Lusíadas, nº.8

Já na despedida, “infelizmente já não há ninguém a mexer [arranjar] máquinas de costura. Curiosos há muitos, mas quem saiba o que está a fazer é que já não há”.

Sintra Notícias com jornal Correio de Sintra
Fotografia: @ Sintra Notícias/Correio de Sintra